Aislan Pankararu nasceu em 1990 em Petrolândia, uma pequena cidade no interior do estado de Pernambuco, e pertence ao povo indígena Pankararu do Nordeste do Brasil. Seu trabalho é informado por três correntes: o bioma da Caatinga do Nordeste do Brasil, as tradições e culturas – especialmente a pintura corporal – de sua comunidade indígena brasileira, e sua formação universitária em medicina. A rica complexidade dessas buscas simultâneas – como o corpo funciona, como curamos, como preservamos e honramos comunidades e tradições, nossa relação com o mundo exterior e natural – amalgamam tradições de conhecimento, padrões e deleite visual através de cada uma das pinturas e desenhos nesta exposição, sua primeira nos Estados Unidos.
As obras apresentadas em “Endless River” referem-se e constroem sobre a visão de mundo única de Pankararu através do visual e do material: o pigmento branco usado em muitas de suas pinturas é um material argiloso natural tradicionalmente usado pelos Pankararu para adornar o corpo em cerimônias, tornando cada obra monocromática um corpo, um grupo de corpos e uma amostra de possibilidade ornamental. Outras obras explodem com cores, mostrando o mundo natural vibrante e fecundo de cactos, raízes, folhas, vagens de sementes e flores que fazem referência aos terrenos e flora terrestres, bem como aos ingredientes e elementos para cura, assim como o cenário florestal onde os curandeiros trabalham.
Muitas das obras em “Endless River” estão ligadas ao Toré, uma dança ritual dentro da cultura Pankararu que é a conexão fundamental entre os mundos terreno e espiritual. Esta é uma prática sagrada e divina que é expressa e praticada através da dinâmica de criar caminhos de conectividade através da dança, movimento, música e pintura corporal. As experiências sensoriais de uma experiência estética total como o Toré são cruciais para a infraestrutura das sensibilidades estéticas de Aislan e a prática contínua das tradições Pankararu. A expressão artística para Aislan também é um meio de criar sistemas visuais que curam e acalmam indivíduos em tempos e espaços de necessidade para fornecer conforto, ajuda e/ou suporte. A estética da visão de mundo de Aislan abraça um vasto fluxo de visões e memórias que encontram liberdade infinita na tela ou no papel: cada obra é um momento divisor de águas, expressando e crescendo com ondas ondulantes de detalhes, potencialidade e riqueza de pensamento repleto de histórias de cor, textura e padrões retirados da natureza, da comunidade e da medicina. A missão de Aislan Pankararu está comprometida não apenas com a cura e a arte, mas com “a reivindicação de espaço, reconectando-se com um lugar que foi tomado desde a colonização… é uma forma de trazer uma nova visão…”
A visão do trabalho de Aislan Parakararu sublinha a tenacidade da resiliência, resistência, reivindicação e a necessidade de identidade, agência e dignidade das culturas indígenas. Nesta era de contínua crise global e desafios das mudanças climáticas, sua posição combinatória – em si uma sabedoria – é crucial para desenvolver maneiras de honrar e proteger o meio ambiente e as formas de vida, incluindo suas culturas, em todas as nações.
Leslie King Hammond, PhD
“Endless River” é organizado em colaboração com Galatea, São Paulo e Alexandra Mollof Fine Art.
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