No próximo sábado, dia 09 de Dezembro, será a inauguração da exposição CORPO-GESTO na galeria Nonada – Zona Norte. Com curadoria de Gabriela Davies e Maíra Marques, por meio da plataforma Comadre, a coletiva reúne 20 artistas mulheres e não bináries, de diferentes gerações e linguagens, com trabalhos que exploram a gestualidade presente no fazer artístico.
A exposição foi concebida a partir do debate sobre a intenção do corpo perante o gesto: um gesto emocional, um gesto reativo, uma marca de identidade ou até mesmo a prevenção do gesto. “Duas obras que trazem paralelos sobre a nossa curadoria são a de Ana Clara Tito, com Os Usos da Raiva, onde ela molda vergalhões em volta de seu corpo transformando a peça em um abrigo-repressor de si. A força e a emoção por trás do ato de contorcer o vergalhão são notáveis ao analisarmos a obra. Já a obra de Lyz Parayzo, que de certa forma também pode servir como um escudo-abrigo, também impede que pessoas se aproximem da obra. As lâminas do móbile se tornam armas com o movimento contínuo em espiral. Você pode se cortar com a obra, atuando de certa forma como um contra-gesto”, nota Gabriela Davies. Foi do pensamento dessa pluralidade de resultados através do gesto que curadoria se estabeleceu, e que conta com uma diversidade de obras que abarcam tanto expressões corporais como resultados obtidos através dos movimentos do corpo. Segundo Maíra Marques, “Algumas obras destacam a proposta curatorial de forma mais evidente com a imagem dos corpos das artistas, como por exemplo o vídeo Ora Pro Nobis de Letícia Parente, já outras nos sugerem imaginar o gesto precedente ao resultado, como a de Nazareth Pacheco, uma imagem da gota de sangue que é resultado de um pequeno movimento no manuseio das giletes tão presentes na pesquisa da artista”.
Recentemente, no meio da arte, observa-se um movimento de descentralização, seja por abarcar nomes de artistas historicamente excluídos ou por trazer à tona debates sociais que outrora seriam silenciados. Esta exposição representa também uma tentativa de abrir novas perspectivas, ao ocupar a galeria da Zona Norte – uma região destacada na produção artística, mas ainda pouco explorada na exposição destas obras e que enfrenta o desafio da acessibilidade limitada para o público frequentador de espaços de arte, que costuma concentrar-se majoritariamente na Zona Sul e no Centro da cidade.
Além disso, o compromisso da exposição em impactar positivamente é solidificado pela intenção de contribuir para um projeto social através das vendas das obras. A Comadre, fundamentada na premissa de colaboração com outras organizações de cunho social ou de pesquisa, estabelece, neste projeto, que 10% do valor arrecadado com a venda das obras da mostra será destinado à Casa Nem, espaço dedicado ao apoio de pessoas LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade no Rio de Janeiro. Essa parceria reforça o comprometimento da exposição não apenas com a promoção artística, mas também com a responsabilidade social e a busca por impactos positivos na
comunidade.
Além da abertura da CORPO-GESTO, neste mesmo dia, a galeria Nonada vai inaugurar a coletiva Caos Primordial com curadoria de Paulo Azeco e a instalação cinematográfica Nada Mais Disse de Raphael Medeiros.
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