Em sua primeira exposição individual, na Lona Galeria, no bairro da Barra Funda, a artista plástica paulista Sueli Espicalquis apresenta, em uma variedade de linguagens, uma arte colorida de traços instintivos e espontâneos. Essas características remetem diretamente à preocupação com a situação crítica do planeta em relação às mudanças climáticas e o interesse nas teorias contemporâneas sobre outras formas de vida.
A criatividade intuitiva encanta não somente pelos traços, mas a forma como Sueli Espicalquis coloca suas emoções em seus trabalhos. Autodidata, a artista se inspira nas texturas e nuances da terra para criar as obras de arte com técnicas de pintura a óleo sobre tela, escultura, instalação e vídeo.
Na produção pictórica enfatiza a materialidade e fisicalidade da cor, aplicando tinta a óleo misturada com cera de abelha e solvente sobre a superfície, com utilização de máscaras, sobrepondo e justapondo camadas de cor, criando áreas de ruído e de silêncio. Em sua investigação têxtil, produz objetos desfiando tecidos de fibras naturais ou sintéticas, deixando ver a estrutura de linhas verticais, horizontais ou de parábolas, que sugerem gráficos estatísticos, comparativos de dados, presentes no cotidiano.
Ao falar sobre a artista, o galerista Duilio Ferronato, da Lona Galeria, diz: “Sueli é uma mulher de aparência frágil à primeira vista, mas já nos minutos seguintes demonstra ser uma gigante. Seu trabalho percorre áreas de conquistas, construções e destruições. Tudo no mesmo plano, como nossa realidade se apresenta: numa olhada tudo limpo e no instante seguinte um amontoado de problemas. O que parece suave vai apresentando camadas escondidas com diversos caminhos a investigar.”
“A vida fora de equilíbrio, se mostra tanto em uma variedade de linguagens artísticas. Seja no embate entre campos de cores, desafiantes das tradicionais harmonias do círculo cromático, e seus interstícios na superfície da tela, em composições que remetem a paisagens em conflito. A sua pintura é formada por uma sucessão de camadas sobrepostas que resulta em um festejo para o olhar em diferentes texturas, em uma imagem estilhaçada que busca combinar o cheio e o vazio, o ruidoso e o silencioso, o liso e o áspero, como no princípio da filosofia chinesa acerca da existência das coisas como continentes de inseparáveis duas partes opostas e contraditórias, Yin-Yang.”, fala Érica Burini, curadora da exposição.
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