Daniel Senise traz especialmente para o Instituto Tomie Ohtake uma nova obra em dimensão monumental, além de reunir pela primeira vez um conjunto significativo de trabalhos pouco vistos ou inéditos que apresentam intervenções sobre ampliações fotográficas. Como aponta a curadora da exposição, Daniela Labra, o conjunto mostra um imbricamento de linguagens resultante de seu pensamento pictórico.
O trabalho em grande dimensão – 5 x 3,66 metros – contém fragmentos de matéria queimada recolhidos do interior do Teatro Villa-Lobos, no Rio de Janeiro, destruído pelo fogo em 2011 e até hoje interditado. O incêndio aconteceu quando o teatro acabava de passar por um processo de reforma e estava prestes a ser reinaugurado. Ao utilizar este material e alumínio espelhado, que provoca um jogo com o espaço, Senise reafirma o seu interesse pela ideia de ausência e pela arquitetura, poéticas recorrentes em sua produção.
Nos outros trabalhos reunidos, realizados de 2005 a 2019, a fotografia substitui a tela, com imagens de espaços como o antigo galpão da Estrada de Ferro Sorocabana, o Hospital Matarazzo, ou locações na Bahia, Nova York, entre outras. As fotos foram feitas ou dirigidas por Senise com a colaboração de Mauro Restiffe, Caetano Dias, Tiago Barros e Fernando Laslo. Segundo a curadora, a fotografia surge como plano de fundo e cenário que ativa imaginários.
Daniel Senise – Todos os Santos
Curadoria: Daniela Labra
Abertura: 27/08/19, 20h
Visitação: até 13/10/19; terça a domingo, 11h-20h
Instituto Tomie Ohtake: Rua Coropés, 88, São Paulo. Entrada gratuita