Depois de ser o primeiro brasileiro a receber o Chanel Next Prize e integrar a exposição principal da Bienal de Veneza neste ano, Dalton Paula é honrado pela primeira vez pela lista mais influente do circuito de arte. Ocupando a 87ª posição da Power 100 da ArtReview, Paula é reconhecido por seu trabalho como artista, mas também por suas iniciativas comunitárias e pedagógicas. Com o prêmio do Marcantonio Vilaça, em 2019, o artista fundou o Sertão Negro, um centro cultural em Goiânia que promove residências artísticas e em diálogo com o meio ambiente e conhecimentos ancestrais. Neste ano, ao receber o Chanel Next Prize, ele anunciou planos de criar uma “escola-floresta” para artistas emergentes e pesquisadores.
Thiago de Paula Souza aparece em 90ª posição, sendo elogiado por seu trabalho sensível enquanto curador, que aborda questões de identidade, ecologia e memória, sem cair nos clichês simplistas. A exemplo disso, vemos sua atuação em exposições como o 38º Panorama da Arte Brasileira do MAM; a “Some May Work as Symbols” na Raven Row, em Londres; e “Topografia da Memória”, de Sallisa Rosa, que viajou da Art Basel Miami à Pinacoteca de São Paulo, para citar alguns. Foi sua excelência nesses projetos que atraiu Bonaventure Soh Bejeng Ndikung a escolhê-lo para sua equipe curatorial da Bienal de São Paulo de 2025 e que o levou a integrar o comitê consultivo da NESR Art Foundation.
Raphael Fonseca, curador na 14ª Bienal do Mercosul, prevista para março de 2025, e no Museu de Arte de Denver, marca presença pelo segundo ano consecutivo, subindo da 88ª posição para a 86ª.
Adriano Pedrosa integra a seleção pela sexta vez, mas desce para a 33ª posição — distante do 15º lugar que ocupou ano passado, quando sua nomeação como primeiro curador sul-global da Bienal de Veneza havia acabado de ser anunciada. Segundo o ArtReview, a atual posição na lista revela que, apesar de sua inegável relevância global, a exposição não correspondeu plenamente às grandes expectativas previamente geradas.
Em primeiro lugar, o ArtReview destacou Sheikha Hoor Al Qasimi, diretora da Bienal de Sharjah desde 2003 e fundadora da Sharjah Art Foundation. Reconhecida por descentralizar narrativas ocidentais, Al Qasimi expande sua influência para além do Emirado como curadora da Trienal de Aichi 2025 e da Bienal de Sydney 2026. Sua liderança na lista reflete o crescente protagonismo cultural do oriente, especialmente dos estados do Golfo no cenário artístico contemporâneo, como é traduzido no conjunto da lista: Al Qasimi é acompanhada por Sheikha Al-Mayassa bint Hamad bin Khalifa Al-Thani, presidente dos Museus do Catar e irmã do emir governante do Catar, que volta para a seleção ocupando a 21ª posição, enquanto o ministro da cultura da Arábia Saudita, Príncipe Badr bin Abdullah Al Saud, é colocado em 41º. O curador palestino Reem Fadda, atualmente trabalhando como chefe de programação cultural de Abu Dhabi, está como 56º.
Koyo Kouoh, anunciada nesta semana como curadora da próxima Bienal de Veneza, de 2026, aparece em 16ª lugar. Ela, que já marcou presença na lista dez vezes, ocupa sua posição mais alta até hoje.
Vale destacar também Bonaventure Soh Bejeng, curador da próxima Bienal de São Paulo, prevista para 2025. Integrando a Power 100 pela sétima vez, e sempre numa crescente, sendo que ano passado esteve em 66º lugar, Bonaventure salta para a 20ª posição. Sua presença ali foi justificada, sobretudo, por sua liderança na Haus der Kulturen der Welt, onde lidou com tensões políticas e culturais diante do conflito Israel-Palestina.
