Confira 8 exposições na Europa

Museus na Europa começam a reabrir e com exposições memoráveis

por Beta Germano
6 minuto(s)
Petrit Halilaj

Quem disse que 2020 foi cancelado? Ensaiando o fim dos perigos da pandemia do Covid 19, muitos museus da Europa já estão recebendo visitantes ou abrirão em algumas semanas. Por isso, separamos aqui algumas exposições imperdíveis para quem tiver planos de viagem!  

Self-Portrait as a Lute Player, de Artemisia Gentileschi

1.Artemisia Gentileschi na National Gallery, em Londres 
Em 2018, a National Gallery de Londres adquiriu o autorretrato da Artemisia Gentileschi como Santa Catarina de Alexandria, a primeira pintura da grande pintora barroca italiana do século 17 a entrar em sua coleção. Dois anos depois o museu abre a primeira retrospectiva dessa artista tão inspiradora por ser a primeira mulher a tornar-se membro da academia de pintura de Florença.  A tão aguardada mostra conta com 35 obras incluindo autorretratos mais conhecidos como Self-Portrait as a Lute Player. Não deixe de conferir o recém-restaurado autorretrato como Catarina de Alexandria, pintado por volta de 1615-17, que alude ao julgamento de Artemísia após seu estupro aos 17 anos por seu professor de pintura, Agostino Tassi.

It — didnt stop — I didnt stop, de Tracey Emin

2.Tracey Emin/Edvard Munch: The Loneliness of the Soul na The Royal Academy Of Arts, em Londres
Um encontro improvável e promissor: Tracey Emin sempre” paquerou” o pintor norueguês Edvard Munch e finalmente deu match! “Nem em um milhão de anos eu pensei que iria mostrar com meu herói Munch … Eu tenho sorte!É tudo o que eu sempre quis como artista.”, revelou a artista inglesa ao The Art Newspaper. Em novembro deste ano a The Royal Academy Of Arts abre uma grande exposição que explora o fascínio de Emin pelo expressionista, a quem ela há muito tempo considera um “amigo na arte”, e sua preocupação comum com a complexidade da psique humana. Ao fazer isso, ela revela a extensão da influência de Munch no seu próprio processo criativo – em especial Homage To Edvard Munch e All My Dead Children.

Cindy Sherman

3.Cindy Sherman na La Fondation Louis Vuitton, em Paris

Fundação Louis Vuitton já está ensaiando sua reabertura…e com muito glamour: no dia 23 de setembro abrirá as portas com mais de 300 imagens de Cindy Sherman, criadas entre os anos 1975 a 2020, incluindo já clássicos como Untitled film stills, Rear Screen Projections, Fashion, History Portraits, Disasters, Headshots, Clowns, Society Portraits, Murals e Flappers. Com cenografia desenhada em estreita colaboração com a própria Cindy Sherman, a mostra exibirá desde trabalhos iniciais até obras muito recentes e não publicado. Haverá, ainda, uma exposição paralela com 20 artistas francesas e internacionais , de gerações e formações muito diferentes,cujas narrativas dialogam com Sherman. Muitos dos sessenta obras nunca apresentadas na Fundação.

Taste of a Stone, de Otobong Nkanga

4.Otobong Nkanga: There’s No Such Thing as Solid Ground Gropius Bau Berlin

Por quase 20 anos, a artista nigeriana Otobong Nkanga explorou a relação entre o corpo humano e a paisagem. Seu trabalho também examina noções de fronteiras e propriedade, políticas de império e danos ambientais. No ano passado, a artista, representada pela galeria Mendes Wood DM, esteve fazendo residência no Gropius Bau e agora ela retorna com uma individual de trabalhos multidisciplinares que refletem sobre a tensão entre processos de extração exploradores e estruturas de cuidado e reparo. Também examinará as maneiras pelas quais os recursos naturais estão sujeitos a análises regionais e culturais.

Arthur Jafa

5.Arthur Jafa , Fundação Serrales , Porto

Reconhecido diretor de fotografia e realizador de cinema, o americano Arthur Jafa apresenta uma exposição com trabalhos que vem realizando enquanto artista visual nas últimas duas décadas. Em filme, fotografia e escultura, a obra de Jafa revela o papel determinante da raça, do género e da classe social na cultura popular dominante e nos meios de comunicação dentro e fora dos Estados Unidos. De Spike Lee e Stanley Kubrick a Beyoncé e Solange, Arthur Jafa tem colaborado com muitos cineastas, artistas e músicos notáveis. Para esta exposição, Jafa convidou a fotógrafa Ming Smith e a artista visual Frida Orupabo. Além disso, incorporou materiais de Missylanyus disponibilizados no canal YouTube para criar uma experiência audiovisual que é ao mesmo tempo uma reflexão política e uma perspetiva visionária.

Lygia Clark

6.Lygia Clark: Painting as an Experimental Field, 1948-1958 Guggenheim, Bilbao

O centenário da artista brasileira Lygia Clark “casou”com a esperada e merecida internacionalização de seu trabalho. Depois da celebrada retrospectiva no MoMA, em 2014, a artista ganha uma mostra que abriga três décadas de produção no Guggenheim Museum. Os trabalhos, que incentivam encontros físicos e sensoriais, desafiam a relação tradicional entre artista, objeto e espectador. Mas a mostra não foca no auge da carreira de Lygia, mas também reexamina os anos de formação da artista, de 1948 a 1958, uma década crucial em que ela flutuou entre a figuração e a abstração geométrica. A exposição traça a evolução estilística de Clark em três capítulos, abordando os desenvolvimentos mais significativos em sua abordagem à forma, cor e senso de ordem.

Petrit Halilaj

7.Petrit Halilaj, Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, em Madrid

A obra do artista kosovo Petrit Halilaj está intimamente ligada à sua biografia, à história recente de seu país e às consequências das tensões políticas e culturais na região. Memórias de infância mergulhadas no drama da guerra e da vida de refugiado aparecem em suas obras, que abrangem temas como casa, nação e identidade cultural por meio de uma variedade de mídias, que vão desde desenho e escultura a vídeo, instalação e até mesmo escrita – sempre sugerindo uma ruptura entre o pessoal e íntimo e o histórico e social. Num tom meio sério, meio de brincadeira, o artista propôs a construção de uma “a peça de sua vida” e invadiu, assim, o Palácio de Cristal por seres fantásticos. Os pássaros, recorrentes de sua obra, simbolizam a transgressão dos limites estabelecidos pelo pensamento moderno entre sujeito e objeto, cultura e natureza. Para a mostra na Espanha, o artista se inspirou no extraordinário ritual de cortejo dos pássaros-caramanchões, que fazem estruturas elaboradas e as decoram com objetos coloridos para atrair um companheiro.

Condor and the Mole, de Lynette Yiadom-Boakye

8.Lynette Yiadom-Boakye: Fly in League with the Night, na Tate Britain, em Londres

Uma das pintoras figurativas mais importantes da atualidade, Lynette Yiadom-Boakye ganhou destaque com seus misteriosos e enigmáticos retratos, que são elaborados a partir de imagens encontradas e sua própria imaginação. Em novembro deste ano ela ganhará uma individual na Tate Britain que reunirá cerca de 80 obras da artista conhecida por pinceladas espontâneas e paletas escuras contrastadas com flashes de brilho. “Embora eles não sejam reais, penso neles como pessoas conhecidas por mim”, disse a artista sobre ela assuntos. “Eles estão imbuídos de um poder próprio; eles têm uma ressonância – algo enfático e sobrenatural”. A mostra também abordará o papel central da escrita na prática de Yiadom-Boakye. ‘Escrevo sobre as coisas que não posso pintar e pinto as coisas sobre as quais não posso escrever’, disse ela uma vez.

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