Cinco coletivos de arte e ação social se encontram na exposição Independência e Vida! para apresentar a arte como agente de transformação social, celebrando a vida e construindo possibilidades de existência.
A curadoria de Paula Borghi compreende o conceito do sociólogo Laymert Garcia dos Santos, que coloca a “liberdade” como valor oposto à “morte”, sendo assim, podemos entender “vida” como um sinônimo. Em um ano que se celebra o bicentenário da independência em clima fúnebre no âmbito social e político, a mostra segue na contramão apresentando os coletivos que se organizam em favor da vida.
O rosto de doze mulheres fundamentais para a história latino-americana e que disputaram seu próprio espaço cercadas pela massa hegemônica de homens brancos, héteros e cis-gêneros, é homenageado na obra Dando Bandeira que moldam o espaço expositivo. A obra Dizeres de rua, que foi recentemente lançada em livro pela Birico em parceria com a Dulcinéia Catadora, está presente em forma de lambe-lambes nas paredes e traduzem algumas das expressões usadas na cracolândia, como “anjo” que se refere à uma criança que chega ao meio deles, ou “isqueirar”, usada quando alguém está causando discórdia. Uma releitura da obra de Magritte, Isso não é um cachimbo, pelo artista Dentinho faz alusão à prática de redução de danos para ex-usuários de crack, como o próprio artista, que costumam fazer um cachimbo com o material que possuem à disposição, incluindo uma latinha.
Nessa próxima quarta-feira, dia 28, o grupo Mexa estreia o segundo capítulo da performance Poperopera, que parte da Odisseia e a cultura da noite dos anos 1980 combinando elementos da ópera com narrativas pessoais.
Serviço
Independência e Vida!Local: Biblioteca Mário de Andrade
Endereço: R. da Consolação, 94 – República, São Paulo – SP
Data: Até 08 de outubro de 2022
Funcionamento: De domingo a domingo, das 10h às 18h.
Ingresso: grátis