Bienal Internacional de Arquitetura discute efeitos da pandemia e fragmentações socioespaciais

A 13ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo acaba de ser inaugurada e traz o tema Travessias

por Beta Germano
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Espíritos de Tudo Que Vive, 2019, Uýra. (Fotografia: Selma Maia)

A 13ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo foi inaugurada hoje, dia 27 de maio, e receberá os visitantes até o dia 17 de julho. A edição deste ano acontece em dois endereços, no Sesc da Avenida Paulista, onde ela foi inaugurada, e no Centro Cultural de São Paulo, onde as atividades se iniciarão a partir do dia 4 de junho. 

Intitulada Travessias, esta edição da Bienal é co-curada pelo grupo formado por Carolina Piai Vieira, Larissa Francez Zarpelon, Louise Lenate Ferreira da  Silva, Luciene Gomes, Pedro Cardoso Smith, Pedro Vinícius Alves, Raíssa Albano de Oliveira, Thiago Sousa Silva e Viviane de Andrade Sá que venceu um concurso entre o fim de 2020 e o início de 2021 para co-curar esta edição do evento ao lado da curadora residente Sabrina Fontenele. 

A inspiração para o tema e o nome do projeto veio do conceito de “travessias” da historiadora Maria Beatriz Nascimento, que investiga o que do passado colonial e das diásporas permanece e o que se altera nesses deslocamentos das  populações pelo mundo. Além disso, a proposta dos curadores entende que a pandemia reforçou desigualdade socioespaciais que já se estabeleciam, não só no país como no mundo, compreendendo que estas estruturas sofrem fragmentações tanto físicas quanto simbólicas, e que estão enraizadas no processos de colonização e apagamentos históricos. 

Segundo a equipe curatorial, travessias geralmente estão relacionadas à conexão, à ponte  que possibilita a transposição entre duas margens de um rio; à escada faz a ligação entre  dois níveis; à rampa vence o desnível de forma acessível; aos caminhos conectam territórios. “Travessias também podem ser entendidas como percurso: as migrações forçadas dos  povos africanos sequestrados de seus países de origem, as fugas para os quilombos ou os  deslocamentos do campo para a cidade. Travessia é, portanto, um movimento que implica  corpos e territórios e, se realizada coletivamente, o compartilhamento de experiências,  de memórias e de identidade. Os territórios são marcados por desigualdades sociais,  temporais e geográficas e, no caso brasileiro, foram conformados por disputas que envolvem  o desejo de permanência e de movimento”, completa a curadoria.

O evento reúne trabalhos de 10 artistas convidados pela curadoria e de 23 selecionados por uma chamada aberta. A equipe curatorial priorizou trabalhos que trazem à tona narrativas de povos e grupos que  são e foram historicamente violentados no país e no mundo. Entre os dez convidados que  farão instalações artísticas estão: Arquitetura na Periferia (Minas Gerais – Brasil), Grupo Banga  (Angola), Christophe Hutin (Paris, França), Coletivo Coletores (São Paulo, Brasil), Dele Adeyamo  (Nigéria/Reino Unido), Francis Kéré (Gando – Burkina Faso), Jaime Lauriano (São Paulo – BR), Mona Rikumbi (São Paulo – Brasil) e Mouraria 53 (Bahia – Brasil). Além destes nomes, participa também a artista Uýra, do Amazonas, que apresenta a performance Ponto final, ponto seguido no dia 4 de junho, durante a abertura do evento no Centro Cultural.

Entre as exposições, que se dividem nos dois espaços expositivos da Bienal, o evento ainda traz uma extensa programação presencial e virtual, além de mesas temáticas e performances. 

Serviço:

13ª Bienal Internacional da Arquitetura de São Paulo

Local: Sesc Paulista e Centro Cultural São Paulo

Endereço Sesc Paulista: Avenida Paulista, 119, São Paulo

Endereço Centro Cultural: Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso, São Paulo

Datas: De 27 de maio a 17 de julho de 2022. 

Funcionamento: De acordo com a programação.

Ingresso: Grátis.

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