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Bienal de Liverpool segue em exposições pararelas pela cidade inglesa

Programação principal encerrou em junho, mas ainda é possível ver três atividades da bienal inglesa pelos próximos meses; evento explorou noções do corpo, tendo como base formas não ocidentais de pensamento

por Jamyle Rkain
Zheng Bo, LIFE IS HARD. WHY DO WE MAKE IT SO EASY?, 2018. FOTO: Abdulromae Taleh

O programa principal da Bienal de Liverpool 2021, que teve como título The Stomach and the Port , foi encerrado no mês de julho. Mas ainda é possível visitar exposições integrantes do evento pessoalmente na FACT e na Bluecoat até agosto e setembro. Além das atividades nesses espaços expositivos, o público ainda poderá ver uma escultura ao ar livre criada por Daniel Steegmann Mangrané, La Pensée Férale (2021), no Crown Street Park.

A bienal explorou noções do corpo, tendo como base formas não ocidentais de pensamento e desafiando a compreensão do indivíduo como uma entidade definida e autossuficiente. Ao todo, foram nove locais de exibição, além de mostras de esculturas ao ar livre, comissões e um programa completamente online. O evento também contou com uma plataforma de realidade virtual, que permitiu que o público tivesse acesso online às exposições.

Voltando ao FACT em 2021, a Bienal de Liverpool apresenta uma mostra com obras de Black Obsidian Sound System (BOSS) – um coletivo criado em 2018 por Kiera Coward-Deyell, Phoebe Collings-James, Evan Ifekoya, Onyeka Igwe, Shenece Liburd, Marcus Macdonald, Nadine Peters, Shamica Ruddock – e Zheng Bo. Essa mostra estará em cartaz até o dia 29 de agosto.

Já na Bluecoat, a exposição que se estende até 5 de setembro exibe pinturas de Jadé Fadojutimi, explorando como nossa identidade está sendo constantemente moldada por nossos ambientes, filmes de Laura Huertas Millán e Daniel Steegmann Mangrané, obras escultóricas de Roland Persson, Kathleen Ryan e André Romão, todos propondo maneiras pelas quais estamos conectados ao mundo além de nossos limites físicos, considerando-nos como natureza, não apenas parte dela.

Daniel Steegman Mangrané, La Pensee Ferale, 2021. FOTO: Rob Battersby

A instalação permanente La Pensée Férale (2021), no Crown Street Park, apresenta uma réplica de um Pau Rei, uma árvore nativa da Mata Atlântica brasileira, incrustado com o olho de um cão pária indiano de Bangladesh e cercado por Fagus Purpurea Pendula recém-plantado árvores. As instalações de Mangrané questionam a posição da humanidade no mundo – erodindo as concepções ocidentais de ser que separam o mundo em dualismos opostos, como natureza e cultura. La Pensée Férale levanta questões sobre a subjetividade como uma construção cultural e também sobre a nossa atitude em relação ao meio ambiente, reforçando que a natureza não é sem percepção ou sentimento.

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