Arte Pará completa 40 anos expondo “visualidade amazônica”

Projeto de arte contemporânea da Fundação Romulo Maiorana fica em cartaz na Casa das Onze Janelas (Belém) até 30 de dezembro

por Luciana Pareja
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Oferta, de Gabriel Bicho

O Arte Pará, iniciativa da Fundação Romulo Maiorana, chega a sua 40a edição após o cancelamento de 2020, quando não pode ser realizado por causa da pandemia. Retomando agora o projeto curatorial concebido naquele ano, além da mostra competitiva nacional, esta edição traz como convidadas diversas mulheres artistas da Amazônia: Lucia Gomes (PA), Edvania Câmara (PA), Walda Marques (PA), Keila Sankofa (AM) e Silvana Mendes (MA). A homenageada é a fotógrafa paraense Elza Lima. 

A curadoria, encabeçada por Paulo Herkenhoff e trazendo ainda as adjuntas Laura Rago, Roberta Maiorana e Vânia Leal, tem como pano de fundo as pautas identitárias, ecológicas e socioculturais guiadas pelos valores regionais da Amazônia, explorando o conceito histórico  de “visualidade amazônica”. 

Vista da exposição, em cartaz na Casa das Onze Janelas

Assim, o objetivo prioritário desta edição de trazer um recorte significativo das mulheres artistas da Amazônia é uma forma de justiça histórica de visibilizar uma produção recorrentemente apagada. A inclusão das chamadas minorias, como artistas negros e indígenas, LGBTQI+ e periféricos também é um dos pilares do Arte Pará 2022, como forma de apresentar ao público fazeres artísticos que propõem novas formas de ser e existir no mundo e no Brasil. 

“Em tempos de profundas crises política, social e financeira do país, o Arte Pará reaviva a tarefa de mobilizar a Amazônia em torno da produção simbólica da cultura e de suas possibilidades de pensar a sociedade. Em tempos de crise, [como] proclama o crítico Mário Pedrosa: ‘é preciso estar com os artistas”, declarou para a imprensa Paulo Herkenhoff, curador geral do Arte Pará.

Já os artistas selecionados na mostra competitiva foram primeiro exibidos entre 800 inscritos numa exposição no Museu Nacional de Belas Artes, no Centro da cidade do Rio de Janeiro. Depois, foram escolhidos para a versão definitiva da exposição por Herkenhoff e pelos curadores convidados Aldrin Figueiredo, Sandra Benites e Daniel Barretto. 

Walter (2021), de Alexandre Ignácio Alves

Os escolhidos para a Mostra Nacional foram Alexandre Ignácio Alves (São Paulo), Bianca Turner (São Paulo), Coletivo Coletores (São Paulo), Douglas Ferreiro (Piauí), Hal Wildson (Goiás), João Angelini (Brasília), Paul Setúbal (Goiás), Paula Sampaio (Pará), Pavuna Kid (Rio de Janeiro), Pedro Carneiro (Rio de Janeiro), Rafael Matheus Moreira (Pará) e Ricardo Villa (São Paulo). Já na categoria Fomento à Produção de Artistas Emergentes da Amazônia Legal, os escolhidos são Fernando Paranhos (Pará), Gabriel Bicho (Rondônia), Lab Tukún (Maranhão), Maurício Igor (Pará), Moara Tupinambá (Pará), Nayara Jinknss (Pará), PV Dias (Pará) e Ramon Reis (Pará). 

Dentre estes nomes, o Arte Pará premiará cinco obras com o valor de R$ 10 mil e dois prêmios de residência, um no Instituto Inclusartiz (RJ), outro no Pivô (SP). Os 20 artistas e coletivos selecionados na categoria Mostra Nacional e Fomento à Produção de Artistas Emergentes da Amazônia Legal recebem prêmio de participação (ajuda de custo) no valor de R $1,5 mil. 

Serviço: 

Arte Pará 2022

Até 30 de dezembro 

Local: Casa das Onze Janelas 

Endereço: R. Siqueira Mendes, Cidade Velha, Belém – PA

Horário: terça a sexta, 10h às 18h00; sábado, domingo e feriados, 9h às 13h00

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