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Animação Tarsilinha será filme para toda a família aproveitar e aprender

Longa deve estrear no segundo semestre de 2021 e deve participar de uma série de festivais pelo mundo; música tema composta Zeca Baleiro foi lançada no ano passado

por Jamyle Rkain

“Há muito tempo eu pensava em ter esse personagem, a Tarsilinha”, comenta Tarsilinha do Amaral, sobrinha da célebre pintora modernista brasileira, sobre o andamento do filme Tarsilinha, que se desenvolve a partir da inspiração em sua tia. A produção, capitaneada pela produtora Pinguim Content, famosa por trabalhos como O Peixonauta e O Show da Luna, traz as aventuras de uma menina de 8 anos que se joga em uma aventura bastante entusiasmante, tendo como cenários obras de Tarsila.

São em espaços como os que estão retratados em telas como A Lua e A Cuca que a pequena e tímida Tarsilinha adentra para tentar de alguma forma recuperar as lembranças que foram roubadas de sua mãe. Nele, os personagens dos quadros em tinta e dos desenhos de Tarsila também ganham vida, tornando-se aqueles seres com os quais a pequena contracena na aventura. Assim, ela faz amizade com o Saci, que a carrega em seu redemoinho, e foge da Cuca, que a amedronta bastante!

Fruto de uma vontade que vem se desenvolvendo há mais ou menos 12 anos, como explica Tarsilinha (a sobrinha-neta), o longa-metragem de animação que mistura 2D e 3D teve que ter sua estreia adiada por causa da pandemia. O tempo fez muito bem ao filme, pois permitiu que ele fosse agregando elementos que foram surgindo com as novas tecnologias que foram ficando disponíveis no audiovisual nos últimos anos, explica a sobrinha-neta. Era pra ser lançado no primeiro semestre de 2020 nos cinemas, mas a pandemia retardou os planos. Esse atraso serviu para que o longa fosse aprimorado. Agora, ele passa por uma nova mixagem, por exemplo.

Com toda a estruturação para a promoção do filme sendo cancelada por causa da crise sanitária que se alastrou pelo mundo, a produtora optou por lançar um clipe-teaser com a música tema do filme em novembro. “É como se fosse um esquenta. Fizemos um lançamento digital orgânico”, conta o diretor Kiko Mistrorigo, que dirige o filme junto à Celia Catunda, irmã da artista Leda Catunda.

A música foi composta pelo músico Zeca Baleiro e é cantada pelo próprio junto à Ná Ozzetti. No texto que acompanha o lançamento da canção, Baleiro explica: “A canção fala da travessia da personagem Tarsilinha por um mundo desconhecido, algo como uma realidade paralela, cheia de perigos e ameaças. Como em toda fábula, essa viagem é uma história de descoberta e autoconhecimento. A música é um baião bem brasileiro com uma pequena alusão à obra de Villa-Lobos”.

Apesar de terem tido conversas com empresas de streaming para lançar o longa em alguma plataforma digital, como a Netflix, os planos de um lançamento nas telonas ainda pareceu melhor para os realizadores, mesmo que demore mais um pouco. “Estamos fazendo um filme para estimular as pessoas a conhecerem o movimento modernista, a busca da identidade, toda a preocupação dos anos 20 e 30 no Brasil”, conta Kiko. Segundo o diretor, o filme traz todo o contexto da época, como a questão da antropofagia, mas não tem o objetivo de ser um filme biográfico e nem histórico, é um filme de aventura, sendo um entretenimento que abarca os conceitos do movimento.

Para dar ainda mais movimento nessa aventura, foram utilizadas animações em 2D no início do filme, mas assim que o plot twist, ou seja a reviravolta da trama, acontece isso dá lugar a animações em 3D, trabalhando as dimensões dos elementos dos quadros mais famosos de Tarsila do Amaral, como o Abaporu. “Esse período da Tarsila que é o mais conhecido é mais volumétrico, ele é bastante 3D”, explica Kiko.

Aliás, apesar de ser uma animação que acompanha a jornada de menina, o diretor garante que Tarsilinha não é um filme infantil. Esse estigma de que animação é coisa apenas de criança é algo bem forte ainda no Brasil: “Animação é uma linguagem, um gênero”. O longa é feito para atingir toda a família, desde os mais pequenos aos mais velhos, convidado a todos para compreender o universo da personagem Tarsilinha – e, por que não?, o de Tarsila.

De acordo com Kiko, a previsão é que o filme seja lançado no próximo semestre, caso a população já esteja imunizada com a vacina contra a Covid-19. Assim, o filme poderá ser exibido exibido nos cinemas e também ter projeções ao ar livre, como em parques. Também são pensadas atividades integradas às exibições, como conversas com os espectadores. Os realizadores também pretendem levar o filme para uma série de festivais, percorrendo os principais que acontecem no Brasil e também internacionais, como os que acontecem em Veneza e em Clermont-Ferrand.


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