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“Os trabalhos e os dias” de Marilá Dardot na Galeria Lume

3 setembro -10:00 até 11 outubro -19:00

Marilá Dardot, “Sonho encarnado (Hilda Hilst)”, 2025. Foto: Filipe Berndt

Partindo de diferentes perspectivas acerca do sonho e das formas como o desejo se manifesta na literatura e no dia a dia da classe trabalhadora, Marilá Dardot inaugura sua primeira individual na Galeria Lume, no dia 3 de setembro de 2025, com texto crítico de Maria Angélica Melendi. A mostra Os trabalhos e os dias reúne obras recentes e colaborativas que aprofundam sua pesquisa sobre o futuro, em meio a emergência climática e a disfunção do sistema capitalista. Dardot, conhecida por seu trabalho que dialoga com o conceitualismo latino-americano, usa a palavra como um elemento central em sua obra, retirando-a de seu contexto original e ressignificando-a em diferentes mídias e suportes.

A colaboração com outras pessoas é um ponto central da exposição. Em Sueño despierto (2024), a artista trabalhou com 14 detentas de uma penitenciária feminina no México. Juntas, elas bordaram, com fios dourados e prateados, versos do poeta cubano José Martí e acrescentaram seus próprios sonhos, como “voar” e “ter uma vida mais livre”. O trabalho reflete a realidade de mulheres que, segundo a artista, raramente recebem visitas, como se o fato de estarem presas fosse fonte de desonra para seus familiares e amigos. Parte da venda desta obra será revertida para o projeto Llegamos a Creer, que busca gerar trabalho, recursos, ocupação, aprendizado e criação na mesma penitenciária.

Outro trabalho colaborativo, Ainda temos desejo (2025) apresenta seis polípticos com fotos das mãos de trabalhadores de diferentes profissões – de funcionários de hotéis a trabalhadores da Fundação Bienal de São Paulo. A obra é um desdobramento de um projeto que a artista realizou em uma residência artística num hotel de luxo na Baja Califórnia, no México, em 2024, motivado a partir da pergunta de um garçom no seu primeiro dia: O que você deseja?. Ao lado das imagens, estão os desejos escritos pelos próprios fotografados, revelando aspirações simples e diretas, como “ter férias coletivas em junho” ou “ser motorista profissional de caminhão”. A obra provoca uma reflexão sobre as condições de trabalho e as necessidades básicas de pessoas anônimas.

Ao levantar reflexões acerca de sonhos e, portanto, de projeções do futuro, a artista se depara com a questão incontornável do aquecimento global em curso. Foguetex do futuro (2025) na qual picolés em quatro cores e sabores diferentes em formato de foguete – inspirados em um produto tradicional de Guadalajara – são distribuídos ao público. Cada picolé vem acompanhado de um guardanapo com informações sobre o aquecimento global, unindo uma experiência sensorial a uma mensagem de alerta. A obra ironiza a disparidade entre as altas emissões de carbono dos mais ricos, que investem em foguetes para uma possível fuga ao espaço, e a ameaça de extinção da espécie humana diante do aumento da temperatura do planeta. A distribuição dos picolés acontece na abertura e no dia 13 de setembro.

A exposição marca ainda a retomada da artista ao fazer manual, com destaque para a pintura. Na série Sonho encarnado (2025), versos com a palavra “sonho”, emprestados de autores renomados, são pintados sobre telas de linho colorido. Tradicionalmente usada como suporte em pinturas a óleo, as telas são usadas aqui como linguagem da própria pintura, considerando suas cores industriais, trama e plasticidade.

O Brasil lidera a América Latina em número de milionários em dólares — são cerca de 433 mil pessoas — e, ao mesmo tempo, é o mais desigual, segundo o Relatório Global de Riqueza 2025, do banco suíço UBS. Sob este contexto, a artista apresenta Seu tempo nas suas mãos (2025) que relata sua experiência, motivada pelo convite de uma empresa de transporte aéreo, ao percorrer o trajeto de sua ex-diarista até Francisco Morato, na Grande São Paulo. O percurso, feito primeiro por transporte público (metrô, trem e ônibus, em 2h30) e depois de helicóptero (em 20 minutos), reafirma a distância social e econômica entre a elite e a classe trabalhadora.

Em formato de publicação editada pela Parêntesis, a obra traz, além do relato, citações de Anne Sibran, o poema Mapa de Ana Martins Marques, a fotografia Pega de banco de Metrô ou escultura para o herói desconhecido (1977) de Carlos Zilio, e um mapa do trajeto pelo transporte metropolitano. A mesma será lançada no dia 6 de setembro de 2025, com período dedicado à assinatura de exemplares pela artista.

Detalhes

Início:
3 setembro -10:00
Final:
11 outubro -19:00
Categoria de Evento:
Evento Tags:
,
Website:
https://galerialume.com/

Local

Galeria Lume
Rua Gumercindo Saraiva, 54 - Jardim Europa
São Paulo, SP Brasil
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