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“Collection in Focus | Beatriz Milhazes: Rigor and Beauty” no Guggenheim

7 março -10:00 até 14 setembro -18:00

Beatriz Milhazes, “As Quatro Estações”, 1997

Esta exposição apresenta o trabalho da artista contemporânea global Beatriz Milhazes (n. 1960, Rio de Janeiro), que dialoga com sua herança cultural e identidade brasileiras por meio da linguagem da abstração. Com uma trajetória que abrange quatro décadas—dos anos 1980 até o presente—sua produção inclui escultura, colagem, gravura, têxteis, arte pública e, principalmente, pintura. Esta mostra reúne um conjunto de quinze pinturas e obras sobre papel, criadas entre 1995 e 2023, selecionadas do acervo permanente do museu e complementadas por empréstimos estratégicos, que ajudam a contextualizar a evolução artística de Milhazes.

A obra de Milhazes está profundamente enraizada na história e nas tradições brasileiras, inspirando-se na arte e arquitetura coloniais, nas artes decorativas e na vibrante celebração do Carnaval—o festival que transforma as ruas do Rio de Janeiro em um espetáculo de desfiles, música, performances e trajes elaborados. A artista também é influenciada pela Tropicália, movimento cultural dos anos 1960 que uniu arte, música e literatura para afirmar a identidade brasileira enquanto desafiava o regime militar da época. Os ritmos e cores da bossa nova, gênero musical surgido no Rio de Janeiro no final dos anos 1950, também reverberam em seu trabalho. Além dessas referências, Milhazes dialoga com a obra de artistas como Henri Matisse e Piet Mondrian, ao mesmo tempo em que evoca Tarsila do Amaral, figura essencial para o desenvolvimento do modernismo brasileiro.

Em 1989, Milhazes desenvolveu uma técnica inovadora que chama de monotransfer, inspirada no processo de monotipia, no qual uma imagem pintada é transferida de uma matriz para o papel, criando um efeito espelhado. A artista inicia seu processo pintando motivos sobre folhas de plástico transparente com tinta acrílica. Depois que a tinta seca, as películas pintadas são sobrepostas e aderidas à tela; em seguida, a artista remove o plástico, revelando as formas em reverso. O resultado são composições vibrantes e dinâmicas, que combinam formas abstratas, padrões orgânicos e estruturas geométricas sobre superfícies texturizadas, carregadas da memória do gesto artístico.

As primeiras pinturas desta exposição, principalmente do acervo do museu—como Santa Cruz (1995), In albis (1995–96) e As quatro estações (1997)—revelam a influência do esplendor das igrejas barrocas coloniais do século XVIII e dos trajes ornamentais da época. Milhazes sintetiza essas influências em motivos abstratos e figurativos, nos quais círculos e arabescos, rendas e crochês delicados, flores e padrões florais, além de pérolas e elementos de ferro trabalhado, emergem em suas composições. A partir dos anos 2000, a artista começou a explorar efeitos ópticos em suas pinturas, utilizando repetições lineares para criar padrões ondulantes e ritmos visuais, como se observa em Paisagem carioca (2000), O cravo e a rosa (2000) e O Caipira (2004).

As obras sobre papel apresentadas nesta exposição, produzidas entre 2013 e 2021, demonstram o contínuo interesse de Milhazes pela experimentação com colagem. A artista combina elementos industrializados—como sacolas de grife, embalagens de chocolate e papéis estampados—com recortes de suas próprias serigrafias em cores sólidas, criando padrões intricados e composições abstratas expressivas.

Suas pinturas mais recentes, como Mistura sagrada (2022), indicam um movimento em direção à investigação da força espiritual da natureza, especialmente no contexto pós-pandemia da COVID-19. Embora referências ao mundo natural estejam presentes desde o início de sua carreira, aqui a artista aprofunda a reflexão sobre os ciclos de renovação—vida e morte—por meio de formas angulares coloridas e padrões elaborados. Elementos orgânicos, que remetem à proximidade da artista com o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, a Floresta da Tijuca e a Praia de Copacabana, ecoam nas harmonias geométricas, sistemas conceituais e universos cromáticos que atravessam sua obra.

A exposição foi organizada por Geaninne Gutiérrez-Guimarães, curadora do Guggenheim Museum Bilbao e da Solomon R. Guggenheim Museum and Foundation, Nova York.

Detalhes

Início:
7 março -10:00
Final:
14 setembro -18:00
Categoria de Evento:
Evento Tags:
,
Website:
https://www.guggenheim.org/

Local

The Guggenheim Museum
1071 5th Ave
Nova York, Nova York Estados Unidos
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