A data da próxima exposição no Arsenale ainda não foi confirmada, mas sua Diretora Artística, Koyo Kouoh, já está trabalhando a todo vapor. Além de ser a primeira mulher africana a chefiar a Bienal de Veneza, ela promete descentralizar o foco desse evento histórico, a partir da sua pesquisa com geografias negras.
“A Exposição Internacional de Arte da Bienal de Veneza tem sido o centro de gravidade da arte há mais de um século. Artistas, profissionais de arte e museus, colecionadores, negociantes, filantropos e um público cada vez maior convergem para este local mítico a cada dois anos para sentir o pulso do Zeitgeist. É uma honra e um privilégio único na vida seguir os passos de antecessores luminares no papel de Diretor Artístico e compor uma exposição que espero que tenha significado para o mundo em que vivemos atualmente – e mais importante, para o mundo que queremos fazer”, disse ela em pronunciamento oficial.
Enquanto aguardamos a divulgação da seleção de Kouoh, olhamos para as representações nacionais que ocuparão o Giardini para tentar mapear o clima para essa bienal histórica. Cada comissão nacional está encarregada de apontar um curador – ou um time de curadoria – responsável por desenhar o projeto artístico comissionado de cada um dos pavilhões internacionais.
Embora não seja um requisito, vários países frequentemente alinham as suas escolhas de acordo com o tema da exposição principal, que espera-se ser anunciada ainda neste meio de ano.
Abaixo, acompanhe nosso guia dos principais pavilhões nacionais para a Bienal de Veneza de 2026 anunciados até agora. Esta lista será atualizada à medida que outros países anunciarem suas representações.
Austrália
O artista Khaled Sabsabi, nascido no Líbano, foi afastado do cargo para o qual já havia sido apontado, como representante da Austrália na Bienal de Veneza, uma medida que deflagrou múltiplas demissões na Creative Australia, a organização responsável pelo Pavilhão Australiano. Sabsabi foi desligado, bem como o curador Michael Dagostino, depois que o jornal Australian destacou um trabalho anterior do artista com a imagem de um líder do Hezbollah. O país, então, segue sem representação definida.
Em um pronunciamento público, a dupla afirmou: “A arte não deve ser censurada, pois os artistas reflectem os tempos em que vivem. Acreditamos na visão dos artistas para um futuro inclusivo que nos possa unir para comunicar e progredir a nossa humanidade partilhada. Acreditamos também que, apesar desta decisão, o mundo da arte australiano não irá diminuir ou ficar em silêncio.”
Áustria
Continuando a ênfase na dança vista no pavilhão deste país em 2024, por Anna Jermolaewa, em 2026 a Áustria será representada pela disruptiva e ora polêmica coreógrafa Florentina Holzinger, que mostrará seu projeto “Seaworld Venice”. A curadoria ficou por conta de
Bélgica
A Bélgica selecionou Miet Warlop, conhecida pelas performances que combinam artes visuais e teatro. Patrocinado pela MORPHO em Antuérpia e pelo Kanal – Centre Pompidou em Bruxelas, o seu pavilhão terá o título “IT NEVER SSST” e conta com curadoria de Caroline Dumalin.
Canadá
O artista em ascensão Abbas Akhavan é o escolhido pelo curador Kim Nguyen. Nascido em Teerã e trabalhando entre Montreal e Berlim, ele também terá uma grande retrospectiva do seu trabalho no Walker Art Center de Minneapolis em 2026.
França
Yto Barrada representará seu país natal em 2026. Descendente de marroquinos, sua prática envolve esculturas, instalações e obras de arte conceituais que questionam meios pelos quais os movimentos políticos são historicizados. O trabalho dela apareceu no Arsenale durante duas Bienais de Veneza, mas esta é a primeira vez que ela ocupa um pavilhão nacional.
Desde já podemos observar uma tendência de pessoas nascidas fora do país de representação para ocupar o Giardini. Será essa uma influência da última edição, ou um padrão perene?
Não deixe de salvar a matéria para acompanhar divulgações futuras.