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Exposições incríveis pelo Brasil para visitar em novembro de 2024

Confira algumas das principais exposições para visitar no mês de novembro em diferentes cidades brasileiras

por Diretor
9 minuto(s)

Por diversas regiões do Brasil, exposições de grande relevância cultural e artística promovem a descentralização da arte e aproximam públicos variados de produções importantes. De Fortaleza a Salvador, Recife a Brasília, as mostras levantam temas como ancestralidade, identidade e questões sociais, e ampliam o alcance da arte contemporânea em diferentes contextos culturais e geográficos.

Entre os destaques, vale mencionar as itinerâncias da 35ª Bienal de São Paulo em Fortaleza e Vitória, que levam a mostra para fora do eixo paulista, exibindo artistas como Simone Leigh e Madeleine Hunt-Ehrlich. Em Salvador, a exposição “Mucki Botkay: janelas imaginárias” apresenta a interpretação da artista sobre a natureza do litoral baiano e carioca, com bordados e contas de vidro, enquanto em Brasília, “Brasília, a arte do planalto” traz à tona a estética e a história cultural da capital com mais de 200 itens, compondo um retrato amplo da cidade e sua identidade.

Confira abaixo mais detalhes e informações sobre as exposições:

Vista de obras de MAHKU da itinerância da 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível no Museu de Arte Contemporânea do Ceará/Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza. © Ana Raquel Santiago / Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura

Fortaleza | Itinerância da 35ª Bienal de São Paulo no MAC do Ceará
11.09 – 10.11

A Fundação Bienal de São Paulo apresenta pela terceira vez em Fortaleza uma itinerância de sua mostra, agora com obras da 35ª Bienal – coreografias do impossível, exibidas no Museu de Arte Contemporânea do Ceará. Nesta ocasião, compõem a lista de participantes selecionados Cozinha Ocupação 9 de Julho – MSTC, Deborah Anzinger, Denilson Baniwa, Gabriel Gentil Tukano, Katherine Dunham, Leilah Weinraub, MAHKU, Maya Deren, Melchor María Mercado, Nadir Bouhmouch e Soumeya Ait Ahmed, Nikau Hindin, Nontsikelelo Mutiti, Rosa Gauditano e Simone Leigh e Madeleine Hunt-Ehrlich. Os artistas perpassam por temas como ancestralidade, experimentação e ruptura de estruturas desiguais, conectando-se com o histórico cultural e de lutas do Centro Dragão do Mar, onde o MAC-CE está situado.

Brendy Xavier, “Pisante”, 2024. Foto: Edouard Fraipont

Rio de Janeiro | “A conspiração dos ícones” na Carpintaria
26.10 – 28.12

Com curadoria de Tarcísio Almeida, a mostra reúne doze artistas de diferentes regiões do Brasil que articulam, por meio de esculturas, pinturas e abstrações espaciais, a relação entre territórios, saberes tradicionais e técnicas contemporâneas. Com obras que dialogam história, desejo e política, “A conspiração dos ícones” propõe a arte como um exercício de “escuta e ressonância” com a materialidade. O projeto é uma colaboração entre as galerias Fortes D’Aloia & Gabriel e Quadra, e reforça o interesse para o acompanhamento curatorial e o desenvolvimento do público de arte contemporânea do Rio de Janeiro, trazendo artistas que dialogam de perto com Almeida.

Mucki Botkay, “Minha terra tem palmeiras”, 2023. Foto: Rafael Salim

Salvador | “Mucki Botkay: janelas imaginárias” na Galatea
17.10 – 16.01.25

A exposição reúne 17 telas bordadas com contas de vidro, onde Mucki traduz a natureza do litoral carioca e baiano em composições carregadas de cor e textura. Inspirada em ecossistemas da Mata Atlântica, a artista carioca transforma manguezais, lagunas e outras paisagens em obras que oscilam entre o real e o abstrato, onde pretende trazer o ambiente natural em uma experiência quase palpável. Em colaboração com bordadeiras de Ilhéus e do Rio, Mucki dá forma a obras que geram renda para mulheres em situações sociais vulneráveis. O texto crítico é assinado pelo jornalista e curador Leonel Kaz, que acompanhou sua produção nos últimos anos.

Obra de Tunga. Crédito: Rafael Salim

Porto Alegre | “A poética de Tunga – uma introdução” no Instituto Ling
05.11 – 08.03.25

“A poética de Tunga – uma introdução”, com curadoria de Paulo Sergio Duarte, marca a primeira mostra individual de Tunga (1952-2016) em Porto Alegre, exibindo 64 obras que representam diferentes fases do escultor e desenhista, sendo 43 delas inéditas. Considerado uma das personalidades mais emblemáticas da cena artística nacional, a exposição aborda temas e conceitos centrais na trajetória de Tunga, destacando sua contribuição à arte brasileira. A abertura, no dia 5 de novembro, contará com um bate-papo aberto ao público com Antônio Mourão, filho de Tunga.

MIU, “Fonte”, 2023. Imagem: Divulgação

Trancoso | “Jardim de Vênus” de MIU na Galeria Hugo França
12.10 – 20.02.25

A Galeria Hugo França apresenta a primeira exposição individual da artista MIU, natural de Florianópolis, em um terreno de 30 mil m² no coração da Mata Atlântica. A mostra exibe esculturas monumentais em bronze, com até 1,80 metros de altura, e peças em cerâmica que parecem brotar da areia, como seres vivos que se enraízam e flutuam ao mesmo tempo, além de fotografias que capturam as etapas de seu processo criativo. Na abertura, foi lançado um filme biográfico e o livro “MIU”, que reúne suas obras e reflexões sobre uma prática artística de caráter meditativo, onde cada peça expressa sua interação com o ambiente natural.

Nelson Leirner, “America America”, 2005

Recife | “Nelson Leirner: Parque de diversões” na CAIXA Cultural
12.09 – 10.11

“Parque de Diversões” homenageia a obra de Nelson Leirner (1932-2020), um dos principais nomes da vanguarda artística brasileira, em sua primeira mostra póstuma, com curadoria de Agnaldo Farias. Com 74 obras, entre objetos, colagens, pinturas e técnicas mistas, a exposição concentra trabalhos produzidos nos últimos 20 anos da vida de Leirner, um artista – e também professor – cuja abordagem disruptiva e crítica usou humor e ironia para questionar convenções artísticas e sociais. Sua produção escapa a rótulos e influencia novas gerações a partir de sua liberdade criativa e espírito transgressor.

Vista da obra de Citra Sasmita na itinerância da 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível no Museu de Arte do Espírito Santo (MAES), em Vitória © Gustavo Louzada / Porã Imagens / Fundação Bienal de São Paulo

Vitória | Itinerância da 35ª Bienal de São Paulo nos espaços MAES + Espaço Cultural Palácio Anchieta
29.08 – 03.11

A cidade de Vitória também recebe a itinerância da 35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível, com exibição em dois locais distintos: o Museu de Arte do Espírito Santo (MAES) e o Espaço Cultural Palácio Anchieta. No MAES, participam da mostra Citra Sasmita, Leilah Weinraub, M’barek Bouhchichi e Rubiane Maia, já no Espaço Cultural Palácio Anchieta, estão presentes obras de Castiel Vitorino Brasileiro, Colectivo Ayllu, Grupo de Investigación en Arte y Política (GIAP), Malinche, Marilyn Boror Bor, Maya Deren, Quilombo Cafundó, Rosana Paulino, Sarah Maldoror, Simone Leigh e Madeleine Hunt-Ehrlich e Xica Manicongo. Desta forma, a Bienal busca expandir seu impacto e fortalecer o acesso à cultura além do eixo Rio-São Paulo.

Osvaldo Carvalho, “PEC215”, 2017

Brasília | “Brasília, a arte do Planalto” no Museu Nacional da República
25.09 – 24.11

Com curadoria de Paulo Herkenhoff e Sara Seilert, “Brasília, a arte do planalto” aborda a dimensão estética do surgimento de Brasília e ao mesmo tempo, põe em destaque um elenco de agentes culturais da capital e das cidades-satélites. Realizada pela FGV Arte, espaço experimental e de pesquisa artística da Fundação Getulio Vargas, em parceria com o Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), a mostra reúne mais de 200 itens, incluindo documentos históricos e obras de artistas consagrados e contemporâneos, buscando dar luz para um olhar abrangente sobre a capital.

Alex Flemming, Sem título (Olhos), 2000. Imagem: Divulgação

Curitiba | “Alex Flemming 70 Anos” no MON
29.08 – 26.01.25

“Alex Flemming 70 Anos” marca a celebração das sete décadas de percurso do artista brasileiro, reunindo mais de 80 obras produzidas entre 1982 e 2023, sob a curadoria de Tereza de Arruda. Conhecido pelo olhar sagaz e pela combinação de diferentes técnicas como fotografia sobre vidro e pintura sobre porcelana, Flemming faz do retrato o cerne de sua obra, mas lhe confere novos sentidos: em vez de apenas representar, suas peças capturam as complexidade humanas e sociais em temas como gênero, raça, identidade e cultura. Cada trabalho revela camadas que questionam como percebemos os outros e a nós mesmos, conectando a arte de Flemming ao caos e à diversidade do mundo contemporâneo.

Lita Cerqueira, Procissão de Santo Amaro, 1999. Imagem: Reprodução

Salvador | “O Povo Negro é o Meu Povo – Lita Cerqueira, 50 Anos de Fotografia” na CAIXA Cultural
23.10 – 20.12

Com curadoria de Lu Araújo e Janaína Damaceno, a mostra reúne a produção da fotógrafa Lita Cerqueira, dedicada a retratar a cultura e a vida do povo negro no Brasil. Nascida em Salvador, Lita iniciou sua trajetória ainda jovem, movida pela vontade de registrar e dar visibilidade às histórias de gente, muitas vezes, invisível. A exposição, é organizada em sete núcleos temáticos, abordando ancestralidade, espiritualidade e o pertencimento cultural por meio de imagens em preto e branco. O acervo, com mais de 50 mil registros, abrange temas como o sagrado afro-brasileiro, a capoeira, o carnaval e a música popular brasileira.

Davi de Jesus do Nascimento. Crédito: Caio Esgario

Recife | “Cosmo/Chão” na Oficina Francisco Brennand
09.11

“Cosmo/Chão”, com curadoria de Germano Dushá e Gleyce Kelly Heitor, reúne 90 obras de 15 artistas brasileiros em diálogo com o legado de Francisco Brennand. Explorando o conceito de escultura expandida e o território simbólico como um campo de conexões culturais, sociais e espirituais, a mostra amplia a ideia de escultura ao relacioná-la com o espaço, seja ele natural ou urbano. Brennand concebe a escultura como símbolo e ativador do espaço, em um diálogo entre forma, espaço e mitologia pessoal que vai além do objeto físico, transformando-o em um “território” místico e coletivo. Em celebração aos 53 anos da Oficina Francisco Brennand, a exposição propõe uma integração entre o céu e a terra, ocupando a Accademia e áreas ao ar livre, como o Lago das Sombras.

Helen Salomão, Caminho ancestral – Série Digital na história

Salvador | “Ecos Malês” na Casa das Histórias de Salvador
01.11

Curada por João Victor Guimarães e co-curadoria de Mirella Ferreira, a exposição “Ecos Malês” percorre as influências contemporâneas da Revolta dos Malês, um dos principais levantes de africanos escravizados no Brasil. Com 114 obras de 48 artistas, a mostra na Casa das Histórias de Salvador homenageia os 190 anos do levante em janeiro de 2025. A exposição destaca como, embora a revolta não tenha alcançado todos os seus objetivos, seus ideais de liberdade ainda ressoam na sociedade atual. Como explica o curador, Salvador também é um “eco” dos anseios dos Malês, refletindo os fundamentos do movimento.

Burle Marx, Sem título. Imagem: Divulgação

Brasília | “Um Século de Criação: Arte Brasileira em Movimento” na Cerrado Galeria
31.10 – 12.11

A Cerrado Galeria, em Brasília, será o espaço de exibição da mostra itinerante “Um Século de Criação: Arte Brasileira em Movimento”, que antecede o leilão de arte da Blombô online, no dia 13 de novembro. O público poderá apreciar mais de 130 obras de artistas icônicos do modernismo e contemporaneidade brasileira, como Alfredo Volpi, Alberto da Veiga Guignard, Di Cavalcanti, Roberto Burle Marx e Beatriz Milhazes. A Cerrado Galeria expandiu sua atuação em Brasília em agosto deste ano com o lançamento do projeto Cerrado Cultural, voltado para o fortalecimento da cultura e educação em artes visuais no Centro-Oeste.

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