A Carpintaria, galeria dos sócios Fortes D’Aloia & Gabriel no Rio de Janeiro, possui um espaço frontal dedicado a introduzir novas vozes no circuito artístico. A voz da vez pertence à artista carioca Carla Santana, que vem explorando técnicas com argila e suas infinitas possibilidades. A mostra individual intitulada Poros e Acúmulos traz um conjunto de obras inéditas que só reforçam o seu interesse por esta nova técnica.
A partir da mistura do barro com pigmentos naturais extraídos da terra, Santana produz uma massa aquosa que ela deposita sobre o papel e trabalha por meio de um processo de subtração e acúmulo, criando um surpreendente vocabulário morfológico que pode ser observado em obras como Órgão Pele.
A artista começou sua carreira artística no Teatro, área de sua formação, e aos poucos foi migrando para as artes visuais carregando toda essa referência do palco, esgarçando a experiência sensorial e fazendo do elemento tátil peça primordial de sua prática. É possível notar estas referências à medida que algumas das séries da artista como Extremidades, por exemplo, parecem ser decomposições de um mesmo movimento, como se ele fosse capturado em três ou quatro tempos.