Mostra de Élle de Bernardini é aula sobre identidade de gênero e sexualidade que todos precisam ver

Primeira mostra da artista na Galeria Kogan Amaro, em São Paulo, termina no dia 17 de outubro; assista à vídeo de Élle falando sobre “Nem tudo que reluz é ouro”

por Jamyle Rkain
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Em sua primeira exposição na Galeria Kogan Amaro após firmar a representação no início deste ano, a artista Élle de Bernardini mostra uma seleção de obras que expressam de forma bastante categórica a essência de seu trabalho. No mote de seu trabalho, ela busca provocar o público ao questionar os padrões que a sociedade atribui às questões da sexualidade, confrontando as ideias conservadoras que são conferidas por uma sociedade normativa.

Com curadoria de Ana Carolina Ralston, Nem tudo que reluz é ouro abriu no dia 10 de setembro e tem como objetivo “resgatar e reconstruir as narrativas esquecidas, apagadas e silenciadas das minorias de gênero” a partir de uma variedade de formatos. A artista transita da pintura à performance, desta forma, leva à galeria telas, esculturas e foto performance, dentre outros.

Dentre as obras presentes na mostra, estão trabalhos como os da série Formas Contrassexuais, na qual Élle dialoga como pensamento do filósofo Paul B. Preciado, que propõe em seu Manifesto Contrassexual uma sociedade com um modelo diferente, que seria capaz de abraçar várias composições geográficas do corpo.

Um desdobramento dessa série é a instalação Paisagens contrasexuais, constituída por uma série de telas, que também está na exposição. Algumas das 17 obras apresentadas são feitas com folhas de ouro, material bastante utilizado pela artista, que dá o tom ao título da exposição. Destaque também para Ensaio do Encontro do Rosa com o Azul, uma série conceitual inédita.

É interessante perceber como a artista provoca a reflexão sobre o gênero não estar ligado à forma que um corpo apresenta, fazendo isso de forma bastante educativa em seus trabalhos.

“Como afirma o filósofo Maurice Merleau-Ponty (1908-1961), é somente pelo corpo que poderemos alcançar a comunhão entre o interior e o exterior que nos reside. E é justamente sobre esse virtuoso acasalamento que encontra-se o ser artista”, escreve a curadora no texto de Nem tudo que reluz é ouro, que pode ser visitada na galeria até o final de outubro.

Você pode visitar a galeria por meio de uma visita agendada, seguindo as recomendações de segurança que incluem o uso de máscara e o distanciamento social.

Fotos das obras: Ana Pigosso

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