Em 2022, a SP-Arte terá uma segunda edição. Antes da pandemia, agosto era tradicionalmente o mês da Sp-foto, que como o nome indica era voltado para a fotografia. Desde de 2020, com as idas e vindas do presencial, semipresencial e online, o segundo evento do ano foi se transformando. No ano passado, a SP-Arte aconteceu no segundo semestre na ARCA, um galpão industrial localizado no bairro da Vila Leopoldina. Parece que a moda pegou já que este ano, após a primeira edição do evento ter acontecido normalmente no primeiro semestre, a segunda edição, uma espécie de SP-foto expandida, volta a acontecer na ARCA.
O evento, batizado de SP-Arte: Rotas brasileiras, recebe o público de 24 a 28 de agosto e conta com 70 expositores de diversos cantos do país. Segundo os organizadores do evento, a intenção é “estreitar laços entre agentes das cinco regiões do país, valorizando a produção fotográfica e artística de todo o território nacional”. Entre os artistas que participam da feira encontramos fortes nomes de mulheres com carreiras sólidas. Selecionamos entre esses muitos nomes, três artistas que você precisa conhecer, confira a seguir!
Ana Maria Tavares, da Galleria Continua
Ana Maria Tavares inicia sua produção em meio à voga da pintura, no início dos anos 1980. Suas telas procuram interagir com o espaço circundante: a artista dispõe seus painéis buscando criar ambientes.
Em 1984, muda-se para os Estados Unidos, onde cursa mestrado na The School of The Art Institute of Chicago. Na escola de Chicago, é incentivada a desenvolver um trabalho mais espontâneo e a fazer uso de referências e padrões industriais. Segundo o crítico de arte Tadeu Chiarelli, com base em sua experiência norte-americana, que vai de 1984 a 1986, a artista radicaliza seu descontentamento com “os espaços limitados das modalidades tradicionais”. Algumas instalações dessa época são expostas na Superior Street Gallery, em Chicago. A partir de 1988, a artista busca atribuir uma aparência ainda mais industrial aos trabalhos. Algumas esculturas lembram objetos de design, como móveis, escadas, chicotes e outros.
Na década de 1990, faz instalações importantes. Algumas de suas obras ambientais recriam lugares anódinos, de passagem, como salas de aeroporto, roletas e salas de espera. A artista refaz ambientes que não demonstram qualidades distintivas nos quais as pessoas ficam por pouco tempo. Nesses trabalhos, o espaço é invadido por objetos impessoais e estranhos à galeria de arte.
Ana Prata, da Millan
Graduada em Artes Plásticas pela Universidade de São Paulo, Ana Prata foi uma das indicadas ao Prêmio PIPA em 2017, 2018, 2019 e 2020. Utilizando-se de diferentes técnicas e escalas na pintura, Ana Prata desenvolve sua pesquisa em um percurso de experimentação dinâmica. Seus trabalhos, carregados de acontecimentos entre as diferentes camadas de tinta, resultam em imagens de um efeito vibrante, solar e inquieto. Em suas temáticas, a prática de Prata combina o emprego de referências históricas – tal como o uso de um repertório modernista – a uma ambiguidade latente, resultante da franqueza de sua pintura, que pode transitar entre o humor, a interioridade e o espírito crítico.
Amelia Toledo, da Nara Roesler
Amelia Toledo iniciou seus estudos em arte no final dos anos 1930, quando frequentou o Ateliê de Anita Malfatti. Na década seguinte, estuda com Yoshiya Takaoka e Waldemar da Costa. Em 1948 atua com desenho de projetos no escritório do arquiteto Vilanova Artigas. Esse contato com figuras chave da arte moderna brasileira, assim como sua experiência no laboratório de anatomia patológica de seu pai, possibilitaram o desenvolvimento de um trabalho multifacetado que faz uso de diversas linguagens como escultura, pintura e gravura. Essa produção floresce, ainda, no convívio com outros artistas de sua geração, tais como Mira Schendel, Tomie Ohtake, Hélio Oiticica e Lygia Pape.Campos de Cor, Amélia Toledo.Amelia Toledo iniciou seus estudos em arte no final dos anos 1930, quando frequentou o Ateliê de Anita Malfatti. Na década seguinte, estuda com Yoshiya Takaoka e Waldemar da Costa. Em 1948 atua com desenho de projetos no escritório do arquiteto Vilanova Artigas. Esse contato com figuras chave da arte moderna brasileira, assim como sua experiência no laboratório de anatomia patológica de seu pai, possibilitaram o desenvolvimento de um trabalho multifacetado que faz uso de diversas linguagens como escultura, pintura e gravura. Essa produção floresce, ainda, no convívio com outros artistas de sua geração, tais como Mira Schendel, Tomie Ohtake, Hélio Oiticica e Lygia Pape.
A diversidade de meios de Amelia Toledo é reveladora de um espírito voltado para uma investigação expandida das possibilidades artísticas. A partir dos anos 1970 a produção da artista ultrapassa a gramática construtiva, que fazia uso de elementos geométricos regulares e curvas, e passa a se debruçar sobre formas da natureza. Toledo começa a colecionar materiais como conchas e pedras, e a paisagem passa a se tornar um tema fundamental de sua prática. Já a pintura da artista possui inclinações monocromáticas, revelando seu interesse pela pesquisa com a cor.