Depois de anunciar que sua versão presencial foi transferida para o segundo semestre e acontecerá em um novo local, a SP-Arte anunciou também sua edição Viewing Room, que acontece nesta semana! É a segunda vez que a principal feira de arte da América Latina realiza uma versão inteiramente digital. O evento online de 9 a 13 de junho está sediado no site da feira e tem participação de mais de 115 galerias de arte e de design, além de editoras e projetos independentes.
Cada expositor apresenta um estande virtual no qual expõe um projeto que possui até 20 obras, podendo ser solo ou coletivo. A Galeria Kogan Amaro, por exemplo, apresenta um estande individual com obras do artista José Rufino, enquanto a Galeria Nara Roesler mostra um projeto solo do artista cubano Marco A. Castillo. Já a Mendes Wood DM aposta em um projeto que traz obras apenas de dois artistas, Solange Pessoa e Kishio Suga.
Alguns estandes terão estão formados em torno de eixos temáticos com discussões bastante atuais, como os da C.galeria (Rio de Janeiro), do HOA (São Paulo) e a Galeria Lume (São Paulo). A galeria carioca traz obras de Élle de Bernardini, Émerson Uýra e Rafael Bqueer para falar sobre o corpo, a sexualidade e o gênero. Já a Lume embarca em uma crítica contra as fake news em uma exposição-manifesto intitulada REAL FAKE, com obras de Ana Vitoria Mussi, Martin Parr, Maré de Matos, Carlos Nader, Julio Bittencourt, Kilian Glasner, Lucas Dupin, dentre outros.
A HOA fez uma seleção bastante especial sob o título Aqui te chamo y mantenho, com trabalhos de artistas que discutem a “onipresença do indivíduo ancestral nas experiências contemporâneas dissidentes”. A galeria, que forma parte da organização HOA TOUR, vem com uma novidade bastante interessante para a feira, que acompanha as tendências das feiras internacionais: a possibilidade de adquirir as obras em NFT, trazendo uma preocupação ecológica ao utilizar uma criptomoeda que consome pouca energia, chamada Tezos.
Para quem está sentindo saudade de ver obras de arte presencialmente, acontece esta semana também a Gallery Week em São Paulo. Uma parceria da SP-Arte com a Abact (Associação Brasileira de Arte Contemporânea), o evento segue recomendações de segurança para evitar a difusão da Covid-19 e acontece em diversas galerias pela cidade de 8 a 12 de junho, e tem até galerias de outros estados na área. A brasiliense Karla Osorio, a carioca Portas Vilaseca e a paulistana Sé Galeria se uniram no projeto Diamante-Grafite-Carvão, trazendo obras de nove artistas (sendo três de cada galeria) para Galpão do Espaço Fonte, na Vila Madalena, em uma exposição que tem curadoria de Fernando Mota.
Abaixo, você confere uma primeira seleção de obras que o AQA sinaliza como destaques nesta segunda edição da SP-Arte Viewing Room!
Pedro Neves, Ciranda, 2021
No estande da Portas Vilaseca.
Nascido em Imperatriz, no Maranhão, o artista Pedro Neves hoje vive e trabalha em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. O artista autodidata acaba de chagar ao time da Portas Vilaseca, trazendo para SP-Arte obras nas quais desenvolve temas ligados à cultura afro-brasileira. Ele coleta objetos que são descartados, como tecidos e pedanos de papel, e os utiliza como suportes para suas obras.
Anthony McCall, Meeting You Halfway II, 2011
Na Galeria Luciana Brito
Nesta obra apresentada pela Galeria Luciana Brito, o artista britânico radicado em Nova York traz em carvão sobre papel demonstrações da instalações de luz homônima que criou em 2009, na qual duas elipses “se contraem e se expandem em intervalos diferentes”, criando uma agonia que “consiste em linhas sinuosas e ondulantes, que formam um círculo”.
Regina Vater, Your Eye is My Mirror, 1977
Na Galeria Jaqueline Martins
Este trabalho em neon de Regina Vater foi originalmente projetado para uma exposição individual que ela realizou no importante Centro de Arte y Comunicación (CAyC), em Buenos Aires, no ano de 1977. Nela, lemos em inglês a frase “Teu olho é o meu espelho”. Frase que a artista captou a partir de sua amiga Lygia Clark, que significa, em suas palavras ‘eu sou o que você me permite ser, pelo jeito com que você me vê’.
Márcia Falcão, BDSM do lar 4, 2021
Na Fortes D’Aloia & Gabriel
Apontada pelo AQA como uma das artistas para acompanhar neste ano de 2021, Márcia Falcão foi anunciada como nova integrante do time de artistas da Fortes D’Aloia e Gabriel no mês passado! Em seus trabalhos, ela aborda a problemática feminina vista a partir de algumas experiências pessoais, trazendo em suas pinturas imagens de linguagem figurativa, como meio de transmissão de críticas à contemporaneidade e que esbarram no grotesco.
Marco A. Castillo, Ana 02, 2020.
A Galeria Nara Roesler apresenta em seu estande um projeto solo do artista cubano Marco A. Castillo, que também está com uma exposição individual na Nara Roesler São Paulo, a ser aberta no próximo dia 10 de junho. Membro fundador do coletivo Los Carpinteros, Castillo traz para sua primeira exposição no Brasil trabalhos de sua pesquisa mais recente, com trabalhos que mostram seu interesse pelas criações utópicas de designers e arquitetos que fizeram parte do movimento modernista em Cuba na década 50.
Flávio Shiró, Crescendo, 1960
No estande da Pinakotheke
A Pinakotheke realiza um projeto que homenageia os 70 anos da I Bienal Internacional de São Paulo, trazendo um recorte específico sobre o movimento da abstração brasileiro. Entre os trabalhos, está esta pintura de Flávio Shiró. Esta tela é bastante representativa do realismo lírico não figurativo do artista, que nasceu no Japão e migrou com a família quando ainda bem jovem para o Brasil, crescendo em Tomé Açu, região de floresta amazônica.
Gretta Sarfaty, Lembranças evocativas VI-2, 1980/1990
Na Central Galeria
Esta obra é parte da série Lembranças evocativas, que a artista realizou a p
artir de um emaranhado visual entre seu corpo nu, um gato e a própria trama da malha! “A artista exibe seu corpo em posições estáticas e de tensão coberta por renda. nessas serigrafias, a partir da sobreposição dos elementos, a materialidade desta renda se funde ao registro fotográfico do corpo feminino no mesmo plano bidimensional, onde corpo e objeto não são mais dissociáveis”.
Thiago Honório, Tarsivaldo, 2017
Na Galeria Luisa Strina
Em Tarsivaldo, o artista mineiro Thiago Honório constrói um objeto a partir de fac-símiles do livro “Pau Brasil”(1925), de Oswald de Andrade, que teve a capa desenvolvida por Tarsila do Amaral. Honório, que tem em sua prática artística uma abordagem interdisciplinar, recorta forma diversas no centro desses livros, colando-os um ao outro posteriormente.
Mira Schendel, Sem título [Untitled], c. 1983
Na Bergamin & Gomide
Em um projeto que intitulou Still life: formas de tanger o tempo, a Bergamin & Gomide faz uma homenagem à artista Mira Schendel, que completaria 102 anos nesta semana de SP-Arte VR. Esta obra se insere em uma seleção da galeria que abarcas obras em natureza-morta, “canônico gênero da arte se desdobra, desde o século XVII na Europa, em inesgotáveis investigações”.
Yhuri Cruz, Castelo, 2021
Na 01.01 Art Platform
Leonilson, Sem título, 1983
Na Galeria Superfície
Kishio Suga, Scenes of Dependence, 2016
Na Mendes Wood DM
Vivian Caccuri, Pagode El mar, 2021.
Na Galeria Leme
Milton Dacosta, Pássaros, 1962
Na Galeria Almeida e Dale
Carlos Vergara, Sem título, 2017
Na Galeria Bolsa de Arte
Hariel Revignet, Lágrimas de Nossa Senhora e Urucum, 2021
No Trovoa