10 exposições para ver em Nova York nesta semana

Nesta semana, acontece a edição presencial da Frieze New York 2021, no The Shed; saiba quais são algumas das exposições imperdíveis que acontecem também por lá

por Jamyle Rkain
8 minuto(s)

A primeira feira de grande importância que acontece na cidade de Nova York desde o início da pandemia será realizada nesta semana. Entre os dias 5 e 9 de maio, o público poderá conferir as novidades da Frieze New York 2021, presencialmente no The Shed, em Manhattan. A feira também terá uma versão online para poder atingir a maior quantidade de interessados possível, tendo em vista que a vacinação continua lenta em alguns países, fazendo com que a pandemia fique fora de controle, como no Brasil e na Índia. O viewing room poderá ser visitado até o dia 14 de maio.

Abaixo, listamos algumas exposições que valem a pena ser visitadas nas redondezas da Frieze caso você esteja na cidade, vacinado e protegido!

1. Nan Goldin @ Marian Goodman

A Galeria Marian Goodman, em Nova York, apresenta uma grande individual de Nan Goldin, em cartaz até 12 de junho. Memory Lost é a primeira exposição solo da artista que a galeria realiza em sua sede em NYC e reúne algumas de suas obras icônicas e quatro trabalhos novíssimos (duas séries de fotografias e dois vídeos).

O novo quadro de trabalhos de Goldin inclui fotos tiradas inteiramente em sua casa durante a quarentena (2020–2021), o que pontua um retorno ao seu trabalho mais conhecido, um trabalho que pauta sua vida pessoal. Em meio aos caos instaurado pela pandemia e as limitações impostas, esses trabalhos pertencem a um lugar onde o tempo é cristalizado pela presença, quietude e intimidade.

Outro destaque na exposição, que traz um ar bastante sensorial, é acompanhada por uma trilha sonora encomendada à compositora e instrumentista Mica Levi, com música adicional de CJ Calderwood e do Soundwalk Collective.

2. Alexander Calder @ MOMA

O Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) recebe até o dia 7 de agosto a exposição “Alexander Calder: Modern from the Start”. A mostra reúne aproximadamente 70 obras e também traz filmes, fotografias históricas e outros materiais de arquivo que ajudam a contextualizar a vida e a produção do artista.

As peças exibidas nesta individual fazem parte da coleção do MoMA e outras bastante significativas foram emprestadas pela da Fundação Calder. Nesta mostra, o artista é apresentado como um dos artistas mais celebrados do século 20. O visitante poderá ver obras raramente vistas, incluindo uma escultura em grande escala no Jardim de Esculturas da instituição. “Man-Eater with Pennants” está em exibição pela primeira vez em 50 anos.

3. Raul Mourão @ Galeria Nara Roesler

Raul Mourão

“No início do isolamento social eu estava triste e com medo, morando no ateliê, e minha reação foi produzir intensamente. Eu fazia quase 40 desenhos por dia como uma espécie de diário para enfrentar, confrontar tudo isso”, explica o artista Raul Mourão. No último dia 27, ele abriu a exposição Empty Head, sua primeira individual na sede em Nova York da galeria Nara Roesler, com duas séries de esculturas cinéticas criadas e produzidas no último ano e dois trabalhos feitos anteriormente mas que ganharam ainda mais força durante estes duros tempos. 

Leia matéria sobre a exposição clicando aqui.

4. Alice Neel @ Metropolitan Museum of Art

Alice Neel, (American, 1900–1984) Geoffrey Hendricks and Brian, 1978 Oil on canvas San Francisco Museum of Modern Art, Purchase, by exchange, through an anonymous gift © The Estate of Alice Neel

Aberta ao público no dia 22 de março, a exposição da artista estadunidense Alice Neel, intitulada People Come First, traz pela primeira vez em duas décadas uma individual da artista em uma instituição em Nova York. Realizada no Metropolitan Museum of Art, o Met, a mostra traz obras que fazem parte de uma pesquisa bastante robusta em torno da produção da artista e que se baseia em uma questão muito cara à artista: a humanização das pessoas.

O título da exposição parte dessa faceta de Neel e de uma declaração que ela deu no ano de 1950, quando disse: “Para mim, as pessoas vêm em primeiro lugar”. Essa fala da artista escancara o seu grande interesse pelas pessoas, não só como objetos a serem retratados em suas telas, mas como seres singulares dotados de suas particularidades!

Saiba mais sobre essa mostra, clique aqui.

5. Adriana Varejão @ Gagosian

Adriana Varejão na Gagosian
Adriana Varejão na Gagosian

Com o intuito de “internacionalizar a arte”, os modernistas buscaram geometrias abstratas, entendidas como uma linguagem universal. Esse discurso deixa clara a mentalidade branca e eurocêntrica da arte naquele período, pois formas geométricas similares podem estar em diferentes tempos, culturas e lugares. Em Talavera, nova individual de Adriana Varejão, que aberta hoje na galeria Gagosian em Nova Iorque, a artista carioca toma uma pesquisa sobre desenhos encontrados na tradição mexicana e estabelece um impressionante diálogo entre sistemas estéticos antes segregados por narrativas dominantes,  levantando questões provocativas sobre a vida das formas na arte e sobre os processos de colonização. 

Leia aqui mais sobre a exposição de Adriana Varejão.

6. Lorraine O’Grady @ Brooklyn Museum

Art Is…, de Lorraine O’Grady
Art Is…, de Lorraine O’Grady

“Parece que tenho minhas melhores ideias políticas quando procuro soluções estéticas”, revelou, certa vez, a artista e ativista Lorraine O’Grady. Por quase meio século, O’Grady produziu um profundo corpo de arte e escrita que avalia e contesta as lógicas de anti-negritude, colonialidade e extração que sustentam as instituições culturais.Parece um feito histórico e um dever incontestável, então, ver sua exposição Lorraine O’Grady: Both/And, apresentada no Brooklyn Museum até o dia 18 de julho de 2021.

Confira aqui texto sobre a exposição.

7. Howardena Pindell @ The Shed

Howardena Pindell
Howardena Pindell / foto Devin Oktar Yalkin para o The New York Times

Nova-iorquinos estão sendo vacinados e, felizmente, já podem voltar a frequentar instituições de arte. Entre as exposições imperdíveis espalhadas pela cidade, está Rope/Fire/Water, uma retrospectiva de Howardena Pindell no The Shed, que chegou na cidade depois de ser apresentada no Museum of Contemporary Art Chicago. A artista nasceu em 1943 numa família que ainda vivia intensamente a segregação entre pessoas negras e brancas nos EUA – sua mãe ensinava professores a lecionar em escolas para negros. Mas não foi só o preconceito racial que ela precisou enfrentar. Na escola de belas artes em Boston, ela foi criticada por trabalhar com o gênero abstrato, visto por seus colegas e professores como um gênero menor. Vivendo num mundo marcado pelo patriarcado, Pindell foi a primeira mulher negra a ocupar cargos de curadoria no MoMA e também uma das idealizadoras da A.I.R. Gallery (Artists in Residence) –  a primeira galeria cooperativa dirigida por artistas femininas nos Estados Unidos, a A.I.R. foi fundada em 1972 com o objetivo de fornecer um espaço de exposição profissional para mulheres artistas, numa época em que as obras expostas nos museus e galerias comerciais da cidade de Nova York eram quase exclusivamente de artistas homens.

Leia texto na íntegra aqui.

8. KUSAMA: Cosmic Nature @ New York Botanical Garden

Até 31 de outubro, o Jardim Botânico de Nova York irá sediar a exposição Kusama: Cosmic Nature. A mostra abriu na última semana, depois de ter sido adiada por causa da pandemia, e convida o público a explorar as conexões de uma das mais populares artistas contemporâneas, Yayoi Kusama, com a natureza. Já é possível adquirir online ingressos até o final de junho

Com grandes instalações imersivas, a exposição busca ressaltar um fascínio da artista pelo universo natural. Essa relação começou desde sua infância no Japão, em sua vivência em estufas e viveiros de sementes que pertenceram aos seus familiares, que cultivavam flores e outras plantas. Os conceitos que a artista, de 92 anos de idade, traz em seu conjunto de obras é aplicado aqui aos padrões e ciclos de vida presentes na natureza. São vários trabalhos adicionados à mostra, incluindo quatro criados especialmente para essa exposição no jardim!

9. ESTAMOS BIEN – LA TRIENAL 20/21 @ Museo Del Barrio

Candida Alvarez, Estoy Bien

El Museo del Barrio apresenta ESTAMOS BIEN – LA TRIENAL 20/21, a primeira pesquisa nacional em grande escala da arte Latinx do Museu. A exposição, que se estende até o dia 26 de setembro, é resultado de dois anos de pesquisas e visitas de estúdio pela equipe curatorial. ESTAMOS BIEN apresenta as obras de 42 artistas e coletivos Latinx dos Estados Unidos e de Porto Rico. Originalmente programado para coincidir com o Censo dos EUA de 2020 e a eleição presidencial, a La Trienal é inaugurada um ano após o primeiro fechamento do museu devido à pandemia, com obras que refletem o momento atual.

Para o curador-chefe da instituição, o brasileiro Rodrigo Moura, “Apresentar uma grande pesquisa da arte Latinx hoje não é apenas urgente, é também uma grande oportunidade para continuar provando sua relevância nacional e globalmente”.

10. At The Luss House @ Mendes Wood DM + Blum & Poe na The Gerald Luss House

Uma nova exposição realizada pela parceria entre as galerias Mendes Wood DM e Blum & Poe, a coletiva At The Luss House reunirá trabalhos de arte contemporânea e design na antiga casa do célebre arquiteto e designer Gerald Luss. Com abertura agendada para o dia 7 de maio, a mostra será estendida até 24 de julho. Serão apresentadas peças de Alma Allen, Lucas Arruda, Cecily Brown, Matt Connors, Green River Project LLC, Mimi Lauter, Tony Lewis, Eddie Martinez, Ritsue Mishima, Paulo Monteiro, Kiva Motnyk, Paulo Nazareth, Johnny Ortiz, Frances Palmer, Marina Perez Simão, Yoichi Shiraishi Daniel Steegmann Mangrané e Kishio Suga.

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