Vendas que criam tendências: as 5 maiores aquisições do último mês

Descubra quais foram as vendas das principais feiras de arte do mundo e como essas obras direcionam as tendências para o universo artístico.

por Beta Germano
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As duas maiores feiras de arte do mundo aconteceram em outubro. Entre elas estão a Frieze London e Frieze Masters, que abriram suas portas no dia 13 de outubro no The Regent’s Park em Londres, e o Paris+ par Art Basel que teve seu vernissage no dia 19 do mesmo mês. Todas feiras foram um sucesso, sem sombra de dúvidas, mas o que realmente chocou a comunidade artística foram os dígitos das vendas

De acordo com a Phillips, principal casa de leilões de arte, em apenas dois dias, as vendas totalizaram quase £29.8 milhões de libras, cerca de R$182 milhões de reais. Dentre as principais vendas, tivemos nomes como Banksy, Francis Bacon, David Hockney, Frank Auerbach e mais. Aqui vamos falar sobre a seleção de obras, os valores estimados e como essas compras geram uma onda de tendências para a próxima temporada de arte. 

As 5 maiores vendas da temporada

Obra de Francis Bacon sendo segurada por duas pessoas no leilão da Sotheby's.
Imagem: obra “Three Studies For Portrait of Henrietta Moraes”, Francis Bacon (1963). 

Em primeiro lugar nas compras mais extravagantes das últimas semanas está a obra “Three Studies For Portrait of Henrietta Moraes”, de Francis Bacon, vendida durante o leilão da Sotheby’s por £24.3 milhões, cerca de R$143 milhões de reais

A trilogia faz parte de uma série de retratos que ele pintou de seus amigos, numa época em que sua arte estava se tornando cada vez mais pessoal. A venda, no entanto, tinha uma estimativa duas vezes menor e impactou os colecionadores já que em 2012 foi a última vez que um retrato de Henrietta assinado por Bacon apareceu em um leilão e foi vendido na casa dos £21 milhões, mais ou menos R$127 milhões de reais

Obra "Early Morning, Sainte-Maxime" de David Hockney.
Imagem: obra “Early Morning, Sainte-Maxime”, David Hockney (1969). 

Mais uma obra milionária que não pode faltar nessa lista de destaques foi a venda da obra “Early Morning, Sainte-Maxime”, vendida pela casa de leilões Christie’s, em Londres. A inspiração de Hockney para a pintura do quadro veio de uma foto que tirou quando estava visitando o diretor de cinema Tony Richardson. 

A estimativa era arrecadar de 7 a 10 milhões de libras, mas a obra foi vendida em seis minutos, quando os lances entre compradores privados começaram, pelo dobro do valor. A venda final foi confirmada em £20.899.500, quase R$123 milhões de reais – a maior (e mais rápida) venda dos últimos tempos. 

Imagem da obra de Jan Brueghel The Elder, 1616.
Imagem: obra “The edge of a village with people dancing on a riverbank”, Jan Brueghel The Elder (1616). 

Outra venda notável foi feita pelo negociante londrino Johnny Van Haeften durante o primeiro dia de London Frieze. A obra “The edge of a village with people dancing on a riverbank”, uma pintura a óleo de Jan Brueghel The Elder, datada de 1616, foi vendida por  U$10 milhões, quase R$54 milhões de reais

Imagem da obra "Je t'aime No II" de Robert Motherwell.
Imagem: obra “Je t’aime No II”, Robert Motherwell (1957).

Outro artista que está na lista de obras mais caras dessa temporada é  o expressionista Robert Motherwell. O pintor, que está ao lado de Jackson Pollock, Willem de Kooning e tantos outros nomes do cenário abstrato estadunidense, produziu uma série de obras logo após seu segundo casamento chegar ao fim. 

A venda de uma das obras dessa série aconteceu logo no segundo dia de Art Basel, quando a Pace Gallery anunciou “Je t’aime No II” por U$ 6.5 milhões, quase R$ 35 milhões de reais.  

Imagem da obra "Head of J.Y.M, Frank Auerbach".
Imagem: obra “Head of J.Y.M”, Frank Auerbach (1984). 

Por fim, mas não menos importante (ou caro), a obra “Head of J.Y.M.” do artista expressionista Frank Auerbach também alcançou valores milionários neste período de feiras e se tornou um destaque do leilão noturno da Sotheby’s. 

O retrato de sua babá, Juliet Yardley Mills, tem um histórico interessante. A obra foi uma das protagonistas na sua exposição no Rijksmuseum em 1989, mas também o acompanhou em lugares como a Royal Academy of Arts e a Timothy Taylor em Nova York. A pintura, que tinha uma estimativa de venda de £3 milhões, na verdade foi comprada por £5.6 milhões, cerca de R$34 milhões de reais. 

Para ficar de olho

Imagem da obra “Surinder”, Raghav Babbar (2020). 
Imagem: obra “Surinder”, Raghav Babbar (2020). 

Entre os destaques do leilão, um novo nome na cena surpreendeu a todos – o artista indiano Raghav Babbar bateu o recorde da London Frieze ao vender “Surinder” por £403.200, quase R$2.4 milhões de reais, vinte vezes o preço estimado. Para o artista, a figuração é um veículo para canalizar a emoção na tela.

Não é só sobre dinheiro

Imagem da obra
Imagem: obra “Cloud of Blood”, Tracey Emin (2022).

Por fim, mas não menos importante, a artista Tracey Emin estabeleceu um novo recorde durante a venda noturna de Christie’s com sua obra “Cloud of Blood”. A própria Emin vendeu seu trabalho para arrecadar fundos para o TKE Studios – seu programa de residência artística que inaugurará em janeiro de 2023. A pintura foi vendida por £2.322.000 de libras, algo em torno de R$14 milhões de reais e o valor será convertido diretamente para seu projeto social.

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