Um potente elogio à paisagem por Lorenzato e Bruno Faria em São Paulo

Mostra presencial e virtual coloca em diálogo os dois artistas de gerações completamente diferentes, que trabalham o gênero mantendo o enigma da paisagem

por Jamyle Rkain
3 minuto(s)
Díptico: Lorenzato, Marinha com Igreja, sem data; e Bruno Faria, Lembranças de Paisagem, I Belo Horizonte, 2016. Na flamula, imagem da Igreja São Francisco de Assis localizada no complexo Pampulha projetado por Oscar Niemeyer.

Ao longo da história da arte, a paisagem deixou de ser meramente uma temática dos pintores, um simples ambiente, e passou a ser tratada como um gênero, com todo um conceito em torno dela. Uma parceria entre as galerias Marília Razuk e Periscópio nos coloca para pensar sobre a paisagem ao pôr em diálogo na mostra Horizontes dois artistas de gerações diferentes que trabalham o gênero com suas devidas particularidades: Amadeu Luciano Lorenzato (1900 – 1995) e Bruno Faria (1981). A mostra é inaugurada de forma física na Galeria Marilia Razuk e também virtual nesta quarta-feira, 21 de outubro, ganhou um viewing room especial no site da casa paulistana.

Díptico: Lorenzato, Marinha com Igreja, sem data; e Bruno Faria, Lembranças de Paisagem I Belo Horizonte, 2020. Na flamula, imagem da Igreja São Francisco de Assis localizada no complexo Pampulha projetado por Oscar Niemeyer.

A exposição tem texto da curadora e crítica de arte independente Kiki Mazzucchelli, que começa traçando um percurso desde a concepção da ideia da mostra, que parte de Faria. O texto narra um pouco da relação afetiva do artista recifense com a obra de mestre Lorenzato, nos convidando a conhecer a solução expográfica proposta por Bruno para compreender melhor o diálogo entre os dois.

Nessa solução, “cada uma das pinturas é apresentada em par com uma flâmula que ilustra atrações turísticas da cidade de Belo Horizonte ou do estado de Minas Gerais. Num primeiro momento, portanto, sobressai-se o aspecto mais evidente: ambos os artistas apresentam paisagens relativas a um mesmo território. É igualmente claro, porém, que a metodologia, o foco de interesse, e a própria natureza dos trabalhos de cada artista não poderiam ser mais distintas”, explica Mazzucchelli.

Díptico: Lorenzato, Sem Título, 1980, e Bruno Faria, Lembranças de Paisagem I Ouro Preto, 2016. Na flamula, imagem da Igreja de São Francisco de Assis construída no final do século XVIII, projetada por Aleijadinho.

Horizontes apresenta obras dos artistas instalados em forma de díptico, além de peças de Faria da série Lembranças de Paisagem montadas em agrupamentos entre si. Nesta série, que também se refere às obras em diálogo com Lorenzato, ele trabalha com flâmulas/bandeiras que encontrou em feiras de antiguidade e que foram produzidas em meados das décadas de 1960 e 1970, trazendo imagens de paisagens que se referem ao imaginário urbano brasileiro.

A intenção da exposição ao realizar essa conversa entre a dupla é explicitar ao público duas poéticas “mantém o enigma da paisagem que se apaga, mas que também resiste”. Para visitar a mostra na galeria Marilia Razuk, em São Paulo, é necessário agendar horário pelo telefone (11) 96082-3111. A visitação ao espaço físico segue os protocolos de saúde e higiene para evitar a disseminação e contaminação da Covid-19.

Horizontes: Lorenzato e Bruno Faria
Data: Abertura: 21 de outubro a 21 de dezembro de 2020
Local: Presencialmente na Galeria Marilia Razuk ou virtualmente em viewing room.
Endereço: Rua Jerônimo da Veiga, 131 – Itaim Bibi – São Paulo

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