A pandemia do novo coronavírus pelo mundo tem o fenômeno das fake news como grandes aliadas na disseminação de informações falsas e também como agente de propagação de preconceitos. Tendo os primeiros casos surgido na cidade de Wuhan, na China, ao final do ano passado, muitas pessoas passaram a criar suposições preconceituosas em relação a pessoas de origem asiática, tratando-as como párias.
Esse tipo de comportamento discriminatório foi potencializado por declarações de líderes mundiais como Donald Trump, que insistiu em dizer que o vírus foi fabricado pelo governo chinês para prejudicar o mundo ocidental. No Brasil, o discurso de Trump foi endossado no Twitter por Eduardo Bolsonaro, filho do atual presidente, causando tensões diplomáticas entre Brasil e China.
Pensando nesse panorama de aumento de casos de xenofobia e racismo contra pessoas de origem asiática, um grupo de trabalhadores da arte resolveu criar a ação Stop DiscriminAsian nos Estados Unidos. O grupo se define como uma “coalizão de trabalhadores das artes e da cultura que estão enfrentando o racismo, a xenofobia e a violência contra os asiáticos diaspóricos que ganharam mais força com pandemia do COVID-19”.
Inúmeras razões levaram esse grupo a se unir nessa campanha, que têm recebido em seu site denúncias de casos diversos de preconceito. Em um deles, uma artista conta que foi aconselhada por um revendedor de suas obras a não comparecer a uma feira de arte porque causaria incomodo entre as pessoas.
A iniciativa também se une à do artista Kenneth Tam, que criou uma planilha intitulada WE ARE NOT COVOD (NÓS NÃO SOMOS COVID), onde tem mapeado e registrado essas discriminações. Outra ação efetiva que tem ocorrido é a OneWorld COVID-19 Collection, feita pelo Museum of Chinese in America. Ela consiste na criação de uma coleção que guardará material que documenta contribuições e as experiências dos chineses americanos durante a pandemia.