Sophia Al-Maria é a grande aposta da Frieze London 2025

De origem catari-americana, ela apresentará um show de stand-up na feira de Londres, abordando narrativas revisionistas e futuros alternativos

por Luiza Alves
2 minuto(s)

A artista multidisciplinar Sophia Al-Maria é vencedora do Frieze Artist Award 2025. Concedido em parceria com a Forma Arts and Media – organização britânica que apoia projetos experimentais em arte, filme e música –, o prêmio oferece a criadores emergentes e em meio de carreira a oportunidade de desenvolver e exibir obras inéditas para um público global.

O projeto de Al-Maria foi selecionado por um painel internacional de figuras-chave da indústria da arte, incluindo Lydia Yee (curadora e consultora de museus), Melanie Pocock (diretora artística de exposições da Ikon Gallery), Eva Langret (diretora da Frieze EMEA) e Chris Rawcliffe (diretor artístico da Forma).

Fotografia de Sophia Al-Maria, por Vasso Vu

Nascida nos EUA e criada entre Washington e o Catar, Al-Maria emprega colagem, escultura, performance e vídeo-instalação para investigar as possibilidades da narrativa e do mito, com especial enfoque na construção de histórias revisionistas e futuros alternativos. Seu trabalho aborda temas cruciais como a crescente atomização dos indivíduos e as transformações no planejamento urbano, na estética e na mídia, examinando seus impactos no cotidiano do Golfo Pérsico na era pós-petróleo.

Em 2021, durante uma entrevista à plataforma de pesquisa Afterall, ela descreveu seu método artístico como um “colecionador de lixo cultural”, em que documentos esquecidos e fragmentos de memória se transformam em ferramentas para desmontar o presente. “Minhas obras começam sempre com um pedaço de lixo brilhante que encontro – uma foto de passaporte velha, um recorte de revista dos anos 70 ou um verso de poesia pré-islâmica”, contou a artista.

Para a Frieze London, Al-Maria apresentará “Wall Based Work (a Trompe LOL)”, uma instalação performática que converte o espaço expositivo em palco para apresentações diárias de stand-up comedy – questionando de forma radical os códigos estabelecidos das feiras de arte tradicionais. “O humor será o ácido que dissolve as certezas sobre identidade e colonialismo”, afirmou em entrevista recente à plataforma Prazzlearts.

Conheça outros 2 trabalhos da artista:

“Black Friday” (2016): Instalada no Whitney Museum, a obra transforma shopping centers abandonados no Golfo em críticas visuais contundentes ao consumismo contemporâneo. Por meio de colagens digitais que articulam a estética documental com a tradição dos manuscritos árabes medievais, a artista constrói uma arqueologia irônica do capitalismo tardio.

Black Friday, 2016, and The Litany, 2016 by Sophia Al-Maria. Installation view of Sophia Al-Maria: Black Friday (July 26-October 31, 2016). Collection of the artist; courtesy Anna Lena Films, Paris and The Third Line, Dubai. Whitney Museum of American Art; New York. Photograph by Ron Amstutz

“Beast Type Song” (2019): Neste vídeo-ensaio de 38 minutos, Sophia Al-Maria reinventa a ficção científica das batalhas solares presentes no poema O Apocalipse Árabe, de Etel Adnan. Na obra, a artista desenvolve uma linguagem híbrida, em que gestos coreografados, intervenções gráficas e partituras experimentais convergem para desconstruir e ressignificar narrativas históricas coloniais.

Beast Type Song , dir. Sophia Al-Maria, França/Reino Unido 2019, 38 min., inglês e francês com legendas em inglês

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