Roberto Burle Marx foi um dos maiores paisagistas, arquitetos e artistas do Brasil. Nascido em São Paulo, viveu e estudou em Berlim no final da década de 1920, onde passou a interessar-se por arte e por botânica – especialmente pelo contato com os mestres modernistas e com os exemplares da flora brasileira nos jardins botânicos da Europa. Estudou na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, no início dos anos 30, e muda-se para Recife em 1934, para ser diretor de parques e jardins da cidade. O artista sempre pintou e desenhou, mas o ponto central de sua carreia foram os mais de 2000 projetos de paisagismo que realizou, sempre seguindo princípios como o uso de materiais locais, contornos definidos, cores diversas e padrões geométricos. Entre suas muitas realizações estão o Aterro do Flamengo e o jardim do MAM (Rio de Janeiro), o Conjunto da Pampulha (Belo Horizonte) e o Eixo Monumental (Brasília).
Mas algumas obra-primas de Marx são menos conhecidas do grande público. Organizamos aqui um roteiro para quem estiver no Rio de Janeiro e quiser conhecer a principal empreitada do paisagista na cidade: em 1949, Burle Marx adquiriu um sítio perto da capital fluminense, em Guaratiba. Assim nasceu o que hoje é o Sítio Roberto Burle Marx, um Centro de Estudos de Paisagismo, Botânica e Conservação da Natureza inserido em uma região de vegetação nativa do Maciço da Pedra Branca. Residência de Burle Marx de 1973 até 1994, ano de sua morte, o sítio é hoje uma unidade especial vinculada ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que preserva a estrutura tal como na época em que o artista vivia ali, incluindo o mobiliário, as coleções de arte sacra, as pinturas e as esculturas do próprio e de artistas contemporâneos, peças de arte pré-colombiana, obras de arte popular brasileira em cerâmica do Vale do Jequitinhonha e objetos de decoração.
O destaque do local, porém, é o gigantesco acervo botânico e paisagístico que inclui cerca de 3.500 espécies cultivadas, com foco em plantas tropicais nativas do Brasil. Reconhecido como uma das mais importantes coleções de plantas vivas existentes no mundo, o centro organiza concertos, exposições, recebe grupos de escolas, realiza seminários e projetos ambientais.
Para visitar o Sítio, é preciso agendar horário diretamente com a instituição. Todas as visitas são acompanhadas por educadores que contam tanto sobre o acervo artístico quanto botânico do museu.
Para não se perder:
- MAM Rio – Av. Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro.
- Complexo da Pampulha – Casa do Baile, Museu de Arte da Pampulha, Iate Tênis Clube, Igreja São Francisco de Assis. Belo Horizonte.
- Eixo Monumental – Brasília, Distrito Federal.
- Sítio Roberto Burle Marx – Estrada Roberto Burle Marx, 2019, Guaratiba, Rio de Janeiro. Agendamento: 3ª a sábado, 9h30 e 13h30. Ingressos: R$ 10,00 (crianças até 5 anos não pagam, idosos e estudantes pagam meia). Grupos fechados: horário a combinar (até 35 pessoas / 90 min. de duração). Visita especial: visita privativa e/ou fora do horário. Telefone: (21) 2410-1412 / srbm@iphan.gov.br