A Luciana Brito Galeria apresenta duas exposições: “Reforma”, individual de Rochelle Costi, e “Acima de Tudo”, de Héctor Zamora.
“Reforma” ocupando a sala Rino Levi da Galeria, cuja arquitetura modernista é tomada como suporte para obras em grande parte inéditas. As peças retratam espaços criados por lógicas distintas à do processo moderno, estabelecendo um diálogo entre o racionalismo e o improviso.
Em “Reforma”, vê-se uma síntese do trabalho que Rochelle vem realizando nas últimas décadas, sob o ponto de vista da arquitetura. Na individual, a artista se apropria da residência modernista Castor Delgado Perez literalmente como suporte para imagens de espaços que não operam pela mesma lógica que o organiza e foram motivados por outros ideais. Com fotografias impressas em canvas a ocupar paredes inteiras, impressões em tecido e sobre papel de diversas dimensões, a artista apresenta cenas que, apesar de clandestinas, parecem se integrar às linhas arquitetônicas minimalistas da galeria.
Já Héctor Zamora apresenta sua individual o resultado de uma performance realizada pela primeira vez na 11a Bienal do Mercosul. “CAPA-CANAL” contou com 13 performers de diferentes gêneros e perfis étnico-raciais que, sentados sobre bancos de madeira, modelaram ao longo de duas horas mais de 500 telhas de barro em suas coxas. Posteriormente, as telhas foram queimadas, dando origem às peças de cerâmica que são exibidas na Galeria sob a forma de uma instalação – que conta ainda com um vídeo inédito, criado a partir de imagens captadas durante a performance.
Para a exposição, Zamora prepara ainda uma performance inédita, a ser realizada na abertura da mostra. Concebida para a fachada da Luciana Brito Galeria, a obra parte de uma reflexão sobre as contradições do modernismo brasileiro. Em sua faceta arquitetônica, a modernidade deu origem a construções utópicas, algumas das quais tornaram-se símbolos de um país otimista a caminho do progresso, de uma sociedade mais justa e igualitária. Essas mesmas construções, no entanto, falharam em incluir justamente aqueles que as edificaram, tornando-se eventualmente monumentos a um certo bom gosto acessível apenas às classes mais abastadas, denunciando que, de partida, o projeto moderno carregava em si as sementes de sua falência.
Rochelle Costi: Reforma
Héctor Zamora: Acima de Tudo
Abertura: 01/09, 12h-18h
Visitação: até 13/10/18, terça a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 11h às 18h
Luciana Brito Galeria: Avenida Nove de Julho, 5162, São Paulo. Entrada gratuita.
Horários da performance: 12h00 – 13h30 / 14h30 – 16h00 / 16h30 – 18h00