Roberta Tassinari graduou-se em Comunicação Social mas sempre participou de oficinas de desenho, pintura e cerâmica. Logo depois de formar-se especializou-se em expressão gráfica, tendo em seguida ido para o Canadá estudar pintura no Emily Carr Institute of Art, Vancouver. De volta ao Brasil, começou a desenvolver sua produção e cursar o mestrado em artes visuais, além de frequentar o grupo de acompanhamento com o artista Fernando Lindote: época em que passou a expandir seu vocabulário visual e material.
Para além das pinturas, Tassinari passou a operar no espaço, com objetos e instalações tridimensionais. A cor e a materialidade dos trabalhos permaneceram elementos fundamentais, uma espécie de herança da pintura. No entanto, os trabalhos não seguiam os tradicionais parâmetros clássicos de figura e fundo, abstração, composição ou profundidade. É possível até dizer que hoje sua produção resiste aos limites de um gênero ou de um suporte.
Inicialmente lançando mão de materiais industrializados, Tassinari combinava e articulava elementos em assemblages volumétricos de tamanhos variados. Mais recentemente, a artista vem utilizando o cimento como base de sua pesquisa. A partir de moldes plásticos, ela constrói blocos (evocativos talvez da construção civil e também da história da arte e da arquitetura moderna) e experimenta com diferentes formatos e espessuras. Ao final de um processo quase laboratorial, os objetos são então retrabalhandos com encáustica, tinta polivinílica, resina, e até folhas de ouro. O resultado são “coisas” que fogem às definições categóricas da arte: oscilam entre pintura, escultura e objeto; entre abstração, paisagem e concreção geométrica.
Roberta Tassinari (Florianópolis, 1983. Vive e trabalha em São Paulo). Participou de diversos salões (Arte Londrina; Salão de Santo André; ArtePará) e residências (SVA, Nova York; FAAP, São Paulo). Entre suas principais exposições individuais estão: Trabalhos Recentes – Galeria Municipal de arte Pedro Paulo Vecchietti (Florianópolis, 2018); Híbrido – MASC – Museu de Arte de Santa Catarina (Florianópolis, 2016); Articulação – Laboratório 52 (São Paulo, 2016); Módulo Cor – O Sítio (Florianópolis, 2015); Reverbera – MAB – Museu de Arte de Blumenau (2015); Matéria: contenção e expansão – Galeria Iberê Camargo, Usina do Gasômetro (Porto Alegre, 2015). Entre as exposições coletivas em que participou destacam-se: Desterro Desaterro, curadoria Josué Mattos, Museu de Arte de Santa Catarina (Florianópolis, 2018); Elogiamos a casa que se abre a perder de vista, curadoria Mario Gioia, Galeria Bolsa de Arte (São Paulo, 2017); Atlas Abstrato, Curadoria Juliana Monachesi, Centro Cultural São Paulo (São Paulo, 2016).