Maio chegou com fôlego renovado e uma programação marcada por diálogos entre memória, paisagem e imaginação coletiva. No MASP, duas exposições aguardadas aprofundam o vínculo entre arte e meio ambiente. A Ecologia de Monet revisita o trabalho do pintor francês sob uma lente ecológica, enquanto Frans Krajcberg: reencontrar a árvore apresenta o teor político de sua matéria queimada e calcinada. Juntas, as mostras reposicionam a paisagem como linguagem crítica e atual.
A Pinacoteca Contemporânea traz a retrospectiva Pop Brasil, que olha para os anos 1960 e 70 a partir das históricas mostras Opinião 65 e Propostas 65, reunindo nomes emblemáticos como Hélio Oiticica e Antonio Dias, ao lado de obras pouco vistas de Teresinha Soares. Já o CCBB apresenta Fullgás, que revisita os anos 1980 guiado por música, imagens e desejo de reinvenção.
Em paralelo, as galerias também trazem encontros especiais. Ana Sant’Anna e Anália Moraes dividem a mostra Entremarés, na Marilia Razuk, com obras que transitam entre contemplação e transformação. Na Leme, Henry Krokatsis reaproveita espelhos antigos em composições carregadas de memória em Viúvas, Órfãos e Peregrinos. Michel Zózimo estreia sua primeira pintura em grande escala na individual Entrevero, na Martins&Montero, que também recebe a coletiva PM8/Chico Salas, com artistas internacionais. Na Desapê, Nita Monteiro apresenta obras inéditas entre têxteis e desenho, enquanto Yamandú Canosa transforma a Zielinsky em um campo de ecos e pertencimentos. Já na Vermelho, Meia retoma a paisagem como gesto afetivo e urbano em Caçamba.
“A Ecologia de Monet” | MASP
16.05 – 24.08
“Frans Krajcberg: reencontrar a árvore” | MASP
16.05 – 19.10
As exposições dedicadas a Claude Monet e Frans Krajcberg no MASP abordam a relação entre arte e meio ambiente a partir de perspectivas e contextos distintos. Enquanto Monet registra as transformações da paisagem ao longo de décadas, do litoral da Normandia ao jardim em Giverny, seu trabalho ganha novos sentidos quando pensado dentro de uma lógica ecológica — não apenas como representação da natureza, mas como forma de percepção diante das mudanças sociais e ambientais do período.
Já Krajcberg transforma restos de queimadas em esculturas que cruzam arte e ativismo, apontando diretamente para os impactos da destruição ambiental no Brasil. Suas obras, feitas com raízes, cipós e madeira calcinada, colocam em evidência um compromisso político que atravessa toda a sua produção. Ao lado da mostra de Monet, sua primeira individual no MASP reforça a atualidade da discussão sobre paisagem, matéria e crise climática.
“Pop Brasil: vanguarda e nova figuração, 1960-70” | Pinacoteca Contemporânea
31.05 – 05.10
A exposição retoma um momento-chave da arte brasileira ao revisitar os 60 anos das históricas mostras Opinião 65 e Propostas 65. Referência para uma geração que buscava novas formas de expressão diante da censura e da cultura de massa, o período marcou a consolidação de nomes como Hélio Oiticica e Antonio Dias e a criação de estratégias coletivas para enfrentar os impasses políticos e estéticos da época. Com curadoria de Pollyana Quintella e Yuri Quevedo, a coletiva também celebra os 10 anos do comodato da Coleção Roger Wright, um dos principais conjuntos de obras dos anos 1960 e 70 em instituições públicas brasileiras.
“Andy Warhol: Pop Art!” | Museu de Arte Brasileira da FAAP
01.05 – 30.06
Com mais de 600 obras vindas do The Andy Warhol Museum, em Pittsburgh, essa é a maior exposição dedicada ao artista já vista no Brasil. Ocupando 2 mil metros quadrados, ela apresenta um recorte amplo da produção de Warhol, incluindo pinturas, serigrafias, esculturas, fotografias, instalações e filmes. Estão lá imagens que se tornaram parte do imaginário coletivo — Marilyn, Elvis, Mao, Michael Jackson e até Pelé — reunidas pela primeira vez em solo brasileiro. A curadoria é de Priscyla Gomes, e o projeto tem organização do Instituto Totex em parceria com a FAAP. Ao reunir diferentes fases e mídias, a exposição permite entender como Warhol moldou a cultura visual do século 20 e por que sua obra continua reverberando em debates sobre imagem, consumo e fama até hoje.
“Fullgás – Arte e Brasil nos anos 80” | CCBB
28.05 – 04.08
Depois de passar pelo CCBB Rio, Fullgás chega a São Paulo e revisita a produção artística brasileira dos anos 1980, tomando emprestado o nome e o espírito da canção de Marina Lima para pensar uma geração que canalizou sua energia em projetos de arte, política e reinvenção do país. Com curadoria de Raphael Fonseca, Amanda Tavares e Tálisson Melo, a mostra ocupa todo o primeiro andar do centro cultural e é organizada em cinco núcleos batizados com títulos de músicas marcantes da década — de Que país é este a O tempo não para.
A exposição reúne obras visuais, instalação e referências da cultura popular, como revistas, LPs e gibis, para construir uma narrativa daquele período. Na rotunda, balões coloridos de Paulo Paes adicionam movimento a um projeto que se equilibra entre festa e memória, euforia e transitoriedade.
“Abel Rodríguez + Aycoobo” + Ana Prata, “Segredo no rádio” | Galeria Luisa Strina
22.05 – 28.06
Na primeira sala, os desenhos de Abel Rodríguez e de seu filho Aycoobo, ambos da região de La Chorrera, na Amazônia colombiana, se firmam como registros de um conhecimento que não se separa da vida – onde floresta, corpo e espírito são uma coisa só. Sem formação acadêmica, os dois artistas desenvolveram suas produções a partir da escuta longa do territória e da transmissão entre gerações. Na sala ao lado, Ana Prata lida com humor e sutileza o campo da pintura como lugar de negociação entre o passado e o presente.
Em suas obras, referências à história da arte moderna – de Matisse a Picasso – convivem com a espontaneidade do gesto, abrindo espaço para o improviso e a infância. A artista alterna escalas, composições e suportes, ora estruturando objetos sobre molduras ornamentadas, ora criando pequenos formatos que pedem uma observação mais íntima.
“Entremarés” | Galeria Marilia Razuk
10.05 – 14.06
Galeria Marilia Razuk apresenta o encontro entre Ana Sant’Anna e Anália Moraes em uma exposição que se constrói no intervalo entre permanência e transformação. Com curadoria de Jacopo Crivelli Visconti, a mostra reúne pinturas e cerâmicas que, cada uma a seu modo, se debruçam sobre o tempo e a natureza em seus ritmos mais discretos. As telas de Ana Sant’Anna partem de uma contemplação silenciosa – imagens que parecem emergir devagar, como o rastro de uma onda ou a luz de uma estrela que se insinua no céu. Já nas peças de Anália Moraes, o tempo se impõe como processo: materiais colhidos em praias e rios atravessam estados físicos e registram movimentos geológicos e efêmeros.
Erika Verzutti, “Esculturas com Vento” + Hiroshi Sugito, “candy wrap” | Fortes D’Aloia & Gabriel
31.05 – 26.07
Verzutti reúne esculturas e relevos recentes em que suas formas — agrupadas em “famílias” — parecem atravessar um estado de instabilidade contínua. Peças altas se inclinam, ondulam ou oscilam, como se expostas a forças invisíveis que testam seus limites. Já nos relevos, a artista revisita representações do clima e do tempo, criando atmosferas densas e móveis. O que antes era solidez, agora cede ao improviso e à pressão do entorno.
Já candy wrap marca o retorno de Hiroshi Sugito à galeria com pinturas recentes feitas em tiras de papel. Formado na tradição do Nihon-ga, Sugito cria composições suspensas entre o figurativo e o abstrato, em que casas, canoas e cortinas parecem prestes a se dissolver em luz. As obras, silenciosas e porosas, absorvem o tempo e o gesto — como se o ar do ateliê, a variação da luz ou o ritmo dos dias também pintassem com ele.
Leticia Ramos, “Silver” | Casa Iramaia
27.05 – 16.08
“Remanso” | Casa Iramaia
27.05 – 12.07
Na Casa Iramaia, duas exposições em cartaz trazem abordagens distintas sobre percepção, matéria e interioridade. Em Silver, Leticia Ramos transforma o laboratório fotográfico em ateliê especulativo: imagens sem câmera, produzidas com luz, papel e experimentos manuais, testam os limites da fotografia como registro e da ciência como linguagem. Seus trabalhos parecem conter rastros de fenômenos cósmicos e físicos, mas também algo de precário, caseiro, artesanal — um espaço entre o cálculo e o acidente.
No andar de cima, a coletiva Remanso reúne trabalhos de cinco artistas de diferentes gerações que se encontram na pintura como forma de sustentar o íntimo. Eleonore Koch, Linda Kohen, Anna Livia Monahan, Rayana Rayo e Paula Siebra mostram que o cotidiano também pode ser um lugar de delírio, silêncio ou suspensão. As obras parecem se encaixar naturalmente à casa onde estão, sem pressa ou esforço de presença. São imagens feitas para durar no tempo.
“Henry Krokatsis: Viúvas, Órfãos e Peregrinos” | Galeria Leme
17.05 – 14.06
O artista britânico Henry Krokatsis, retorna ao Brasil após mais de uma década com a individual Viúvas, Órfãos e Peregrinos. Composta por 11 obras, a exposição coloca no centro aquilo que costuma ser deixado à margem – tanto social quanto materialmente. O título, que remete a figuras socialmente excluídas e também a termos da diagramação tipográfica, guia uma pesquisa que se desenvolve a partir de espelhos antigos, garimpados em brechós e feiras, reaproveitados em composições que tratam esses objetos como superfícies pictóricas.
Krokatsis investiga os processos de obsolescência e descarte, traçando paralelos entre a banalização dos espelhos na cultura ocidental e a perda de valor simbólico de objetos antes considerados preciosos. Ao incorporar essas peças com marcas do tempo, o artista devolve a elas uma nova carga estética e espiritual, revelando o verso – literalmente – de algo que parecia já não ter mais o que mostrar.
Michel Zózimo, “Entrevero” + “PM8/Chico Salas“ | Martins&Montero
24.05 – 28.06
A Martins&Montero inaugura duas exposições que operam em registros distintos, mas que compartilham uma atenção ao espaço, ao gesto e à materialidade. Entrevero, individual de Michel Zózimo, apresenta um conjunto inédito de obras produzidas nos últimos dois anos, com destaque para sua primeira pintura em grande formato. O artista articula colagens, desenhos, cerâmicas, bordados e esculturas em uma dinâmica sensível e densa, onde figura e fundo, natureza e artifício se sobrepõem.
No mesmo período, a galeria recebe a coletiva PM8/Chico Salas, fruto da parceria com o espaço galego PM8, que exibe pela primeira vez em São Paulo obras de artistas como Loreto Martínez Troncoso, Elena Narbutaite e Rosalind Nashashibi. Distribuídas em áreas pouco usuais da casa modernista que abriga a galeria, as obras estabelecem um percurso alternativo, que se entrelaça à exposição de Zózimo e amplia os modos de ocupar e ativar o espaço expositivo.
Gerty Saruê, “Vestígios luminosos” | Galeria Superfície
22.05 – 19.07
Em exibição, 14 desenhos feitos com bastão oleoso entre 1993 e 2003, período em que a artista direciona sua atenção ao gesto, à pressão da mão e à presença física do traço sobre o papel. Nascida em Viena em 1930 e residente em São Paulo desde os anos 1950, Saruê desenvolve, desde os anos 1960, uma obra que acompanha as transformações dos meios de reprodução gráfica e da paisagem urbana. A mostra retoma textos de Maria Izabel Branco Ribeiro e Annateresa Fabris e destaca o uso restrito de branco e preto como forma de explorar ritmo, densidade e luminosidade — construindo superfícies que oscilam entre brilho e opacidade, expansão e recolhimento.
Raphael Oboé, “Ferida aberta” + Lucas Dupin “Na infinita soma dos possíveis” | Galeria Lume
24.05 – 21.06
Na primeira individual de Raphael Oboé, Ferida aberta, o solo é ponto de partida e matéria viva. Autodidata, o artista apresenta cerâmicas feitas com argilas selvagens, chamote e areia recolhidas nos arredores da Serra do Japi, onde vive e trabalha. Cada etapa do processo – da coleta ao polimento com cristal rolado, da preparação da argila à queima em forno a lenha construído por ele – é tratada como parte de um ciclo contínuo entre corpo, tempo e território. Na outra sala, Lucas Dupin apresenta Na infinita soma dos possíveis, com curadoria de Lorraine Mendes.
A exposição parte de livros obsoletos — enciclopédias, dicionários, gramáticas – para pensar o saber como matéria mutável. Em um ateliê tomado por publicações antigas, objetos simbólicos e plantas, Dupin desenvolve obras em papel, bronze e tinta que reorganizam conteúdos e tensionam o que é considerado válido, permanente ou legítimo.
Roney George, “Fixos, Fluxos e Orikis” | Galeria Carmo Johnson Projects
24.05 – 28.06
Com curadoria de Danillo Barata, a mostra, primeira individual de Roney em São Paulo, reúne pinturas recentes que articulam referências do sertão baiano, da tradição afro-brasileira e da diáspora africana. Em sua prática, couro, terra, símbolos religiosos e tons quentes se combinam a gestos gráficos e camadas pictóricas que tratam a pintura como espaço de memória, resistência e transformação.
As obras se apresentam como orikis visuais – cantos de origem que atualizam saberes ancestrais e propõem um território onde passado e presente se entrelaçam. A curadoria aproxima a prática de Roney das presenças de Oxóssi e Obaluaiê, que atravessam suas obras como forças de orientação, cura e memória — seja no gesto, na escolha dos materiais ou nas camadas simbólicas que ele constrói.
“Terra” | Claraboia
24.05 – 26.07
A Claraboia inaugura sua programação expositiva com uma coletiva sob curadoria de Moacir dos Anjos e Priscyla Gomes. Reunindo cerca de 70 obras de 32 artistas — entre contemporâneos e mestres populares — a exposição parte da terra como matéria e como ideia, articulando criações que lidam com o território em suas dimensões políticas, poéticas e simbólicas.
Pinturas, esculturas, vídeos, fotografias, cerâmicas e documentos históricos compõem um panorama plural sobre a relação com o chão que se habita, com destaque para práticas descentralizadas de diversas regiões do país. A exposição também inclui um núcleo documental com publicações fundamentais sobre a questão indígena no Brasil, com obras de Claudia Andujar, George Love, Maureen Bisilliat e Jean Manzon.
Akiko Kinugawa, “Above the focus, behind the ears” | Mendes Wood DM
31.05 – 09.08
Akiko Kinugawa parte de uma experiência corporal sutil para pensar a pintura como campo sensível — onde percepção, linguagem e materialidade se embaralham. As obras nascem de um gesto repetitivo, quase ritual, em que a tinta a óleo é aplicada sobre tecidos de algodão como quem desenha com luz. Em vez de criar imagens nítidas, a artista opta por formas vagas, instáveis, que parecem flutuar. A conversa com Yudi Rafael, publicada com a mostra, traz camadas do processo e da cosmologia por trás do trabalho de Kinugawa, que se aproxima de práticas xintoístas e mitologias japonesas para pensar o corpo não como centro, mas como parte contínua de tudo que o cerca.
Nita Monteiro, “Empurrar o Céu, Criar Morada” | Desapê + Christal Galeria
08.05 – 28.06
A Desapê apresenta Empurrar o Céu, Criar Morada, individual de Nita Monteiro, em parceria com a CHRISTAL GALERIA, na Travessa Dona Paula, em Higienópolis. Com curadoria de Ana Carla Soler, a exposição reúne 13 obras inéditas produzidas entre 2024 e 2025, incluindo trabalhos desenvolvidos durante a residência da artista na Oak Spring Garden Foundation, nos Estados Unidos. Em composições têxteis e desenhos, Nita constrói narrativas que atravessam a autoficção e a memória, reconfigurando símbolos e formas como forma de imaginar outros modos de habitar o mundo. A exposição marca um novo momento em sua trajetória, com obras que se colocam entre o íntimo e o coletivo, o delicado e o instável.
Yamandú Canosa, “Eco e lugar” | Zielinsky
10.05 – 07.06
Esta é a primeira exposição individual do artista uruguaio Yamandú Canosa em São Paulo. Reconhecido internacionalmente e com trajetória consolidada na Espanha, onde vive desde os anos 1970, Canosa propõe uma instalação site-specific que articula dois conceitos centrais em sua obra: o eco e o lugar. Um horizonte contínuo atravessa todas as salas da galeria, costurando as obras em um campo visual unificado e reflexivo, amplificado por um grande espelho. A mostra reúne duas séries recentes.
Em Lugar, o artista aborda a noção de pertencimento como algo complexo, múltiplo e impuro — uma resposta sensível à sua condição de migrante. Já em Eco, investiga a persistência da imagem e sua reverberação no tempo e no espaço. Combinando abstração, linguagem e arquitetura, Canosa transforma a galeria em uma paisagem construída pela memória, pela escuta e pela experiência do olhar.
Meia, “Caçamba” | Galeria Vermelho
16.05
Caçamba é segunda exposição individual de Meia no espaço. A mostra dá continuidade à pesquisa do artista sobre a pintura de paisagem, entendida aqui não como representação do natural, mas como construção afetiva e material. Suas obras nascem do trânsito cotidiano – dos percursos pela cidade, da coleta de fragmentos urbanos, dos vínculos emocionais que atravessam esses trajetos. Meia reúne elementos encontrados nas ruas com aquilo que carrega da memória e da experiência pessoal, combinando o concreto e o simbólico em composições que questionam o que é, afinal, paisagem. Em Caçamba, o acúmulo, o descarte e a transformação operam tanto na matéria quanto no imaginário.
“Antônio Poteiro – A Luz Inaudita do Cerrado” | Caixa Cultural
14.05 – 27.07
Com curadoria de Marcus de Lontra Costa, a mostra celebra o centenário de Antônio Poteiro e reúne 53 obras entre pinturas e esculturas em cerâmica, apresentando um panorama da produção do artista luso-brasileiro, conhecido por sua paleta intensa e por retratar o cotidiano com elementos que transitam entre o popular, o religioso e o mítico. O conjunto vem do acervo do Instituto Antônio Poteiro, em Goiânia, e propõe uma leitura abrangente da carreira do artista, ativo de meados do século 20 até sua morte, em 2010. A exposição será acompanhada por visitas guiadas para crianças de escolas públicas, audiodescrição e uma palestra do curador, aprofundando o acesso e o diálogo com a obra de Poteiro.
Manfredo de Souzanetto, “da terra, o que vem…” | Simões de Assis
27.05 – 26.07
A exposição percorre cinco décadas da produção de Manfredo de Souzanetto, reunindo trabalhos realizados entre os anos 1970 e 2025. Ao todo, são 16 obras, além de uma instalação de piso em bronze esmaltado e uma vitrine com estudos e pigmentos naturais — extraídos pelo próprio artista em regiões de Minas Gerais, onde o solo guarda vestígios minerais de um passado geológico e industrial. Alguns trabalhos são quase esculturas que pendem das paredes em ângulos imprevisíveis; outros se abrem em formas circulares ou sinuosas, com cores obtidas a partir desses mesmos pigmentos.
“Ocupação Palavra Cantada” | Itaú Cultural
03.05 – 03.08
O Itaú Cultural inaugura sua primeira Ocupação dedicada ao público infantil com uma homenagem à Palavra Cantada, dupla formada por Sandra Peres e Paulo Tatit, cuja produção marcou gerações com músicas que equilibram afeto, humor e inteligência. A exposição transforma o espaço expositivo em uma casa inspirada na sede da dupla em São Paulo – com quintal, sala, garagem e até a toca do rato apaixonado, personagem de uma das canções mais conhecidas do repertório. A mostra propõe uma experiência interativa, acompanhada por trilhas sonoras, vídeos, objetos e ambientes sensoriais, incluindo um karaokê debaixo do chuveiro.
Pensada também para os adultos que cresceram ouvindo a Palavra Cantada, a exposição revisita mais de 30 anos de história da dupla em um ambiente lúdico e afetivo, com curadoria assinada por Sandra, Paulo e a equipe do IC, e projeto expográfico de Renato Bolelli Rebouças.
“Prata, Papel, Tesoura” | Galeria Janaina Torres
24.05 – 19.07
Reunindo 16 artistas brasileiros e internacionais, entre representados e convidados, a exposição propõe um jogo livre e aberto ao encontro, inspirado na circularidade da brincadeira infantil que lhe dá nome. O papel, em suas múltiplas possibilidades – desenho, colagem, fotografia, gravura, monotipia –, é o suporte central da mostra, que reúne obras inéditas ou raras em pequenos formatos, tratados como objetos de memória e afeto. A curadoria é de Renata Siqueira Bueno.