O Museu Calouste Gulbenkian organizou a exposição “Pós-Pop. Fora do lugar-comum”, com curadoria de Ana Vasconcelos e Patrícia Rosas. A maioria das mais de 200 obras da mostra foi produzidas entre 1965 e 1975, em Portugal e na Inglaterra. A crítica à Pop Art surge na segunda metade da década de 1960. No caso dos artistas portugueses é simultânea à experimentação em torno desta linguagem, cuja assimilação permite alargar e transformar a zona de influência da Pop. A obra realizada por Teresa Magalhães em finais dos anos 1960, praticamente inédita até hoje, exemplifica esta assimilação, enquanto a obra de Ruy Leitão, desenvolvida em Londres e estimulada por um contexto acadêmico, se situa numa zona de afastamento crítico que designámos de pós-pop. Outro laço comum entre todos estes artistas é o pensamento interventivo que desenvolvem sobre o próprio objeto artístico enquanto tal, o que os situa nos primeiros ensaios da arte conceitual sem, no entanto, abandonarem a vontade de comunicação que está na origem da Pop.
A influência inglesa em Portugal acentua-se com a saída de muitos artistas para Londres. Os artistas portugueses reagem à situação anacrónica do país, à guerra colonial que começa em 1961 e se arrasta até ao 25 de Abril de 1974, data que lhe põe fim e instaura a democracia em Portugal. Apresentam-se algumas obras de artistas ingleses, com um notório desvio da Pop – Bernard Cohen, Tom Phillips, Jeremy Moon, Allen Jones, entre outros –, a par com um maior número de obras de artistas portugueses como Teresa Magalhães, Ruy Leitão, Eduardo Batarda, Menez, Nikias Skapinakis, Fátima Vaz, Clara Menéres, João Cutileiro, José de Guimarães, entre muitos outros.
Pós-Pop. Fora do lugar-comum
Curadoria: Ana Vasconcelos e Patrícia Rosas
Visitação: até 10/09/18; quarta a segunda, 10h-18h
Museu Calouste Gulbenkian: Av. de Berna, 45A, 1067-001, Lisboa. Ingressos: €5