Desde abril do ano passado, a plataforma SOUTH SOUTH vem sendo pensada e desenvolvida como uma comunidade online que tem por objetivo “criar um arquivo e um espaço para novos sistemas de valores compartilhados centrados na comunidade, colaboração e troca”, focando no Sul Global. Nesta segunda quinzena de fevereiro de 2021, a plataforma é lançada, realizando uma primeira ação.
Sob o título SOUTH SOUTH VEZA, a ação de inauguração consiste em um evento online de vendas de obras de arte de galerias afiliadas. Ele ficará no ar de 23 de fevereiro a 7 de março de 2021. O termo “VEZA” escolhido para dar nome ao evento vem da língua isiZulu, que é uma das 11 línguas faladas nacionalmente na África do Sul. VEZA significa “mostrar, produzir ou revelar”, de acordo com os organizadores.
O evento, porém, não é uma feira como as que vem acontecendo. Para sair do padrão, os organizadores decidiram partir de um esquema que funciona mais como um leilão. Desta forma, funcionará de maneira híbrida, juntando a tecnologia OVR para visualização das obras (aberta ao público geral) com as vendas ao vivo (apenas para convidados).
Participam mais de 50 galerias que estão sediadas em mais de 30 países pelo mundo, sendo elas galerias já bem posicionadas no mercado e também galerias emergentes. Dentre elas estão cinco galerias brasileiras: A Gentil Carioca, Galeria Jaqueline Martins, Galeria Luisa Strina, Fortes D’Aloia & Gabriel e Sé Galeria.
Parte do lucro que será arrecadado com a venda das obras será direcionado para entidades sem fins lucrativos do Sul Global que têm alguma relação com a arte. Uma delas é a Casa do Povo, localizada no bairro do Bom Retiro, em São Paulo. Também serão beneficiadas as entidades RAW Projects do Senegal, e Green Papaya, de Manila.
A plataforma SOUTH SOUTH continuará a realizar ações durante todo o ano, como forma de, de acordo com uma declaração em seu website, “resolver um desequilíbrio na estrutura do mundo da arte por fornecendo um meio para explorar centros de arte alternativos dentro de um contexto geopolítico mais amplo”.
A ideia inicial que deu origem à comunidade partiu de Liza Essers, da Goodman Gallery, que passou a se aproximar de diretores de galerias de todo o mundo para convidá-los a colaborar. Entre eles está Marcio Botner, diretor da galeria brasileira A Gentil Carioca, sediada no Rio de Janeiro. Também são colaboradores da ideia Shireen Gandhy (Chemould Gallery, de Mumbai), Daudi Karungi (Afriart Gallery, de Kampala), José Kuri (kurimanzutto, da Cidade do México), Atsuko Ninagawa (Take Ninagawa Gallery, de Tóquio) e Mary Sabbatino (Gallery Lelong, de Nova Iorque).