A partir da próxima quinta-feira, 27 de maio, a Galeria Marilia Razuk recebe o público (mediante a agendamento) para a exposição Água-Viva, do mineiro Alexandre Wagner. Com cerca de 30 pinturas em formatos pequenos e médios, a mostra é a primeira individual do artista, que esteve recentemente também na coletiva Um Lugar Lugar Nenhum. As obras apresentadas na nova exposição foram produzidas entre 2019 e 2021, trazendo reflexões sobre a paisagem e a cor.
Com uma característica um tanto onírica, de espaços que são imaginados, as obras de Alexandre trazem composições que podem apresentar diferentes simbologias. De acordo com ele, seus trabalhos têm uma como característica a “possibilidade de uma coisa deixar de ser imediatamente o que parece ser”. Esse ponto é algo que ele considera fundamental pois sente que desta forma seu trabalho está em plena atividade, gerando e transformando sentidos, já que não existe uma explicação definitiva para as telas. “Se três traços se parecem com pássaros, o trabalho diz que antes de tudo são tinta, são marcas sobre uma superfície”, ele completa.
A mostra terá também um espaço de viewing room no site da galeria, que também estará disponível para visitação virtual a partir do dia 27. Para acessá-lo, basta clicar aqui. Além de um acesso às obras que compõem Água-Viva, podendo conferir detalhes de cada uma, o público também poderá desfrutar do texto crítico da exposição escrito por Kiki Mazzucchelli, curadora e crítica de arte independente
Em seu texto, Mazzucchelli ressalta algumas sensações causadas pelo contato com a produção de Alexandre, como um efeito “perda do chão” que é revelado em algumas das pinturas: “Como as águas vivas, o conjunto de obras apresentadas nessa exposição parece possuir uma morfologia cambiante; são pinturas em que a paisagem engendra o abismo do espaço e o abismo da imagem. Afastam-se, assim, de uma longa linhagem da pintura de paisagem ocidental que distingue a natureza da cultura, buscando domesticar ou apaziguar a primeira. O trabalho de Alexandre Wagner, pelo contrário, parece querer incorporar o aspecto vivo e em constante mutação dos organismos naturais, rejeitando conteúdos narrativos em favor da realidade da matéria da pintura, ao mesmo tempo sem recorrer às justificativas espirituais ou racionais tradicionalmente associadas às origens da pintura abstrata no ocidente. Como as águas-vivas, são pinturas invertebradas”, escreve.
Também como parte de um conteúdo online, a galeria tem publicado em seu Instagram fotografias que mostram os bastidores da produção do artista, bem como a preparação para a mostra. Além disso, lá o público pode assistir a um vídeo de apresentação de Alexandre, no qual ele fala sobre seu processo criativo enquanto caminha pelo seu ateliê: “A pintura tem um pouco a ver com busca mesmo, uma ideia de perseguir uma imagem, perseguir uma coisa que não está muito bem formada, que você mesmo não sabe muito bem o que é”.
Para visitar a exposição presencialmente, é preciso fazer agendamento prévio através do e-mail (contato@galeriamariliarazuk.com.br) ou do WhatsApp da galeria (+ 55 11 96082-3111). A Galeria Marilia Razuk chama a atenção também para a necessidade de seguir os protocolos de segurança, como respeitar o distanciamento social e também fazer o uso obrigatório de máscara durante a permanência no espaço expositivo.
Alexandre Wagner: Água-Viva
Texto de Kiki Mazzucchelli
Data: de 27 de maio a 24 de julho
Local: Galeria Marilia Razuk (Rua Jerônimo da Veiga 131 – Itaim Bibi – São Paulo/SP)
Mais informações: https://galeriamariliarazuk.com.br/