No ano que se aproxima, a Pinacoteca do Estado de São Paulo preparou um calendário de 18 exposições inéditas para comemorar seus 120 anos de atividade. Entre os destaques, a coletiva “Pop Brasil”, de maio até outubro, que inaugura o ano temático e que perpassa as programações dos três edifícios: Pinacoteca Luz, Estação e Contemporânea.
O museu volta seu olhar para as manifestações e tradições populares, abordando desde a formação de público até a popularização das artes plásticas no Brasil, fenômeno que ganha destaque especial entre os anos 60 e 70, com desdobramentos até hoje.
“Há 120 anos sempre viva, contemporânea e urgente, a Pinacoteca hoje é o mais importante museu da arte brasileira em diálogos com as culturas do mundo. A programação de 2025 apresenta para o grande público uma diversidade de linguagens artísticas, temporalidades e cosmovisões, explorando a dificuldade de mantermos em pé as clássicas dicotomias de arte acadêmica versos arte autodidata, produção histórica versos contemporânea, artistas globais versos periféricos, entre outras”, afirma Jochen Volz, diretor-geral da Pinacoteca em comunicado à imprensa.
Primeiro Semestre
Em março, o edifício Pinacoteca Luz abre a programação com Tecendo a Manhã: Experiência Noturna na Arte do Brasil, uma mostra que explora as nuances da noite em sete salas, apresentando festas, mistérios e personagens noturnos, como boêmios e lobisomens, por meio de obras do século XX. A artista contemporânea Mônica Ventura ocupará o Octógono com uma instalação inspirada nas cosmologias afro-ameríndias.
Simultaneamente, o 2º andar da Pina Luz recebe a primeira individual da artista Neide Sá, uma das fundadoras do movimento Poema/Processo, cujos trabalhos expandem o conceito de poema como objeto gráfico. Na Sala de Vídeo, Estás Vendo Coisas (2016), de Bárbara Wagner e Benjamin de Búrca, também entra em exibição.
No edifício Pinacoteca Contemporânea, a argentina Ad Minoliti apresenta uma instalação site-specific na Galeria Praça, onde seu trabalho questiona o abstracionismo geométrico, gênero e sexualidade. Em maio, a exposição Pop Brasil celebra os 60 anos das mostras históricas Opinião 65 e Propostas 65, reafirmando a relevância da arte brasileira das décadas de 1960 e 1970 no cenário contemporâneo.
A Pinacoteca Estação complementa o semestre com uma retrospectiva de Flávio Império no 4º andar, enquanto o 2º andar destaca a produção de Marga Ledora em uma exposição inédita em instituição nacional.
Segundo Semestre
No segundo semestre, Beatriz González, referência da arte colombiana e uma das principais artistas vivas da América Latina, ganha uma monografia no Brasil. Ocupando sete salas do edifício Pinacoteca Luz, González apresenta sua apropriação das mídias e da história da arte por meio de pinturas e objetos incomuns. No Octógono, Dominique Gonzalez-Foerster explora interações sensoriais em ambientes reais e fictícios, enquanto Paulo Pedro Leal, na Galeria Temporária, retrata ritos e celebrações populares e sincréticos.
Em novembro, Trabalho de Carnaval ocupa a Grande Galeria da Pinacoteca Contemporânea, enfocando o impacto cultural e econômico do carnaval brasileiro. No Jardim de Esculturas do Parque da Luz, que completa 200 anos, obras de Anna Maria Maiolino, Jorge dos Anjos e Denilson Baniwa trazem uma nova reflexão sobre a escultura brasileira.
A programação do 2º andar da Estação, com a modernista Lucy Citti Ferreira em agosto, é acompanhada pela mostra Macunaíma é Duwyd, que propõe a ressignificação da perspectiva indígena na história da arte. A exposição, organizada pelo artista Gustavo Caboco, celebra os 100 anos de Macunaíma, de Mário de Andrade, dando foco para a ancestralidade e a cultura indígena.
Confira a programação completa!
Pinacoteca Luz
1º Semestre
Tecendo a manhã: experiência noturna na arte do Brasil
Período: 15/03 a 27/07
7 salas – 1º andar
Curadoria: Renato Menezes e Thierry Freitas
Mônica Ventura
Período: 22/03 a 27/07
Octógono
Curadoria: Lorraine Mendes
Neide Sá
Período: 10/05 a 03/08
Galerias temporárias – 2º andar
Curadoria: Lorraine Mendes
Bárbara Wagner e Benjamin de Búrca
Período: 15/03 a 27/07
Sala de Vídeo
Curadoria: Ana Paula Lopes
2º Semestre
Dominique Gonzalez-Foerster
Período: 30/08 a 01/02/2026
Octógono
Curadoria: Jochen Volz
Beatriz González
Período: 30/08 a 01/02/2026
7 Salas – 1º andar
Curadoria: Pollyana Quintella
Paulo Pedro Leal
Período: 11/10 a 25/01/2026
Galerias temporárias – 2º andar
Curadoria: Pollyana Quintella e Renato Menezes
Olinda Tupinambá
Período: 11/10 a 25/01/2026
Sala de Vídeo
Curadoria: Ana Paula Lopes
Parque da Luz
Jardim de Esculturas
Abertura: 09/03
Parque da Luz
Curadoria: Ana Maria Maia e Yuri Quevedo
Pinacoteca Contemporânea
1º Semestre
Ad Minoliti
Período: 22/03 a 27/07
Galeria Praça
Curadoria: Ana Maria Maia e Clarissa Ximenes
Pop Brasil
Período: 30/05 a 05/10
Grande Galeria
Curadoria: Pollyana Quintella e Yuri Quevedo
2º Semestre
Juliana dos Santos
Período: 23/09 a 08/02/2026
Galeria Praça
Curadoria: Lorraine Mendes
Trabalho de Carnaval
Período: 08/11 a 12/04
Grande Galeria
Curadoria: Ana Maria Maia e Renato Menezes
Pinacoteca Estação
1º Semestre
Marga Ledora
Período: 05/04 a 24/08
2º andar
Curadoria: Ana Paula Lopes
Flávio Império
Período: 17/05 a 26/10
4º andar
Curadoria: Yuri Quevedo
2º Semestre
Lucy Citti Ferreira
Período: 20/09 a 08/03/2026
2º andar
Curadoria: Thierry Freitas
Macunaíma é Duwyd
Período: 29/11 a 16/05/2026
4º andar
Curadoria: Gustavo Caboclo Wapitchana
Serviço
Pinacoteca de São Paulo
Praça da Luz, 2 – Luz, São Paulo
Pinacoteca Estação
Praça da Luz, 2 – Luz, São Paulo
Pinacoteca Contemporânea
Largo General Osório, 66 – Santa Ifigênia, São Paulo
De quarta a segunda, das 10h às 18h (entrada até 17h)
Gratuitos aos sábados – R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia-entrada), ingresso único com acesso aos três edifícios – válido somente para o dia marcado no ingresso
Quintas-feiras com horário estendido B3 na Pina Luz, das 10h às 20h (gratuito a partir das 18h)