Pesquisas sobre cosmogonias norteiam mostra de Gonçalo Ivo em SP

Quase uma década depois, artista volta a expor na capital paulista em individual na Galeria Simões de Assis; exposição pode ser visitada até 12 de junho

por Jamyle Rkain
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Gonçalo Ivo Cosmogonia/Nepal, 2021
Gonçalo Ivo, Cosmogonia/Nepal, 2021

O tempo suspenso e a busca por um tipo de silêncio vibrante que é quase impossível de se conseguir nos dias de hoje são alguns pontos encontrados pelo artista Gonçalo Ivo em suas investigações recentes sobre cosmogonias. Trabalhos com origem nessa pesquisa estão na mostra individual Tempo, que ele apresenta até o dia 12 de junho na Galeria Simões de Assis, em São Paulo.

Dentre os trabalhos que integram essa exposição estão pinturas, aquarelas e esculturas que foram produzidas por Gonçalo nos últimos três anos. Esta é a primeira individual que ele realiza em São Paulo em cerca de uma década, a última havia ocorrida na Pinacoteca de SP em 2008.

Gonçalo Ivo, Cosmogonia/África II, 2020

Tempo está instalada nos dois andares da galeria, configurando dois núcleos. No primeiro, estão telas em em óleo e têmpera sobre linho e aquarelas que aludem ao livro Os jogos das contas de vidro, considerado a obra-prima do escritor alemão de Herman Hesse. Nas telas, chamam a atenção do espectador as “matizes pulsantes” para o ritmo que é imposto às formas. Também nessa sala estão pequenas esculturas em madeira recolhida, que recebem posteriormente pintadas em óleo e têmpera, além de aplicações de folha de ouro, cobre e prata. Já no andar superior obras da série Cosmogonia, telas em maior escala que se desdobram em “monumentais campos pictóricos de tonalidades mais terrosas, rebaixadas, pontuadas pela presença reiterada de folhas de ouro e cobre”, de acordo com texto sobre a mostra.

Conjunto de esculturas sem título, produzidas entre 2016 e 2021.

De acordo com a proposta curatorial, que tem coordenação da curadora e pesquisadora Julia Lima, a intenção é que o visitante desfrute da “experiência de ver e reconhecer o artista, a partir das características centrais de sua produção, como o colorismo, a experimentação material, a elaboração conceitual, a gestualidade e a sofisticação da construção do campo da pintura: um verdadeiro convite ao universo infinito e particular de Gonçalo Ivo”.

Na página sobre a exposição no site da galeria, o público também pode conferir uma espécie de viewing room, onde estão dispostas imagens das obras e vistas da exposição. Também está disponível um vídeo em formato teaser, no qual o artista narra de forma sucinta o processo das obras que fazem parte de Tempo. Ele conta curiosidades como, por exemplo, o fato de que as madeiras utilizadas nas esculturas foram coletadas por ele na beira do Rio Sena, durante período que passou em Paris, ou em seu sítio na cidade de Vargem Grande, interior do Rio de Janeiro.

Um texto crítico de Luiz Chrysostomo de Oliveira Filho, economista e Presidente do Conselho do Museu de Arte do Rio de Janeiro/MAR, também faz parte do conteúdo disposta na página. Nele, é abordada a trajetória do artista sob a ótica do movimento: “Gonçalo nunca precisou traduzir  seu pensamento estético através de um discurso científico e tampouco em narrativas arranjadas. Sua pintura, entre diapasões de cores, arquiteturas  cromáticas e  musicalidade refinada nos revela sempre surpresas. E dessa vez ela se move”.

Gonçalo Ivo: Tempo
Data: 22 de abril a 12 junho
Local: Galeria Simões de Assis (Rua Sarandi, 113 A – Jardins)
Mais informações: https://simoesdeassis.com

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