Paradoxo(s) da arte contemporânea: diálogos entre acervo do MAC USP e o acervo do Paço das Artes

MAC USP, São Paulo

por Julia
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A partir de sua criação, em 1963, o MAC USP teve por finalidade preservar pesquisar e ampliar o acervo que havia recebido do MAM SP e fomentar a produção artística contemporânea. Nessa dupla chave, o Museu foi pioneiro no colecionismo de fotografia, videoarte e proposições artísticas processuais que emergiram no país nas décadas de 1960 e 1970. Constituiu assim o acervo mais importante para uma história da arte contemporânea internacional, no Brasil. Sua participação na emergência das novas tendências artísticas é conhecida desde então, tendo sido recentemente o primeiro museu do país a colecionar artemidia e arte digital – como no caso da instalação de Gilbertto Prado em exposição aqui.

Várias foram as ações de preservação e documentação da arte contemporânea no MAC USP, implantadas, sobretudo, na gestão do primeiro diretor do Museu, Professor Walter Zanini (1924-2013). Para ele, a colaboração estreita com os artistas era fundamental para a atualização da ideia de museu, de pesquisa e da própria arte. Essa ideia de museu foi retomada na instalação do MAC USP em sua nova sede, na qual a distribuição de seu programa de exposições reflete sua visada prospectiva e seu diferencial de pesquisa acadêmica em torno de suas coleções, nas mostras de longa duração de acervo do quinto e do quarto andares do prédio.

A parceria com o Paço das Artes é, portanto, da maior relevância no programa do MAC USP. Assim como o Museu, o Paço das Artes é estimulador da produção contemporânea mais atual, com enorme atenção à preservação da memória desta produção, e um enfoque especial nos debates sobre documentação, arquivamento e conservação da arte contemporânea. As duas instituições vêm criando espaço para trocas de ideias e conhecimento sobre essas questões através de seminários e grupos de estudo. Era quase natural que o MAC USP acolhesse o Paço das Artes para uma exposição, em que a curadoria de ambas as instituições propusesse uma leitura do acervo do MAC USP, fazendo um cruzamento com os artistas que participaram de mostras e programas do Paço e que figuram no acervo do MAC USP.

A exposição Paradoxo(s) da arte contemporânea: diálogos entre acervo do MAC USP e o acervo do Paço das Artes foi momento oportuno para revisitar uma artista fundamental para as duas instituições, para a pesquisa artística no país, e para a formação e o diálogo perene com a produção mais atual: Regina Silveira. Sendo tomada como o cerne da exposição, a partir da obra Paradoxo do santo, as curadoras Priscila Arantes (Paço das Artes) e Ana Magalhães (MAC USP) selecionaram um conjunto de obras de artistas contemporâneos a Regina Silveira que, de certo modo, tratam das questões que emanam de seu trabalho. Outro aspecto importante no processo de produção da exposição foi justamente a atualização dos materiais de apresentação da obra de Silveira e de outros artistas aqui presentes, para sua conservação.

Paradoxo(s) da arte contemporânea: diálogos entre acervo do MAC USP e o acervo do Paço das Artes
Curadoria: Ana Magalhães e Priscila Arantes
Abertura: 26/05, 11h
Visitação: até 29/07/18; terça, 10h-21h; quarta a domingo, 10h-18h 
MAC USP: Av. Av. Pedro Álvares Cabral, 1301, São Paulo. Entrada gratuita

 

Imagem: http://www.mac.usp.br/mac/expos/2018/paradoxos/head.jpg

 

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