Até o dia 29 de janeiro de 2022, a Galeria Luisa Strina apresenta a primeira individual da artista Panmela Castro na casa paulistana. Ostentar é estar viva tem curadoria de Daniela Labra e une à produção confessional e autobiográfica da artista séries de representações de outros corpos, como retratos do artista Moisés Patricio e da cantora Mc Carol de Niterói, pontuando a luta por direitos de grupos historicamente marginalizados e periféricos.
De acordo com a artista em seu perfil no Instagram, a exposição abarca uma narrativa que considera “encontros que impulsionaram a criação de obras participativas, a partir de ritual simbólico, que invocam nossa auto-estima como força motriz para tomarmos tudo o que nos foi roubado”. Ela ainda pontua que a ideia de “ostentação” levada à mostra relaciona-se com “a soberania de si”, sob uma ótica que visa o avanço na ocupação dos espaços de poder e decisão onde nunca estiveram antes.
Fundadora da ONG Rede Nami, projeto que utiliza a arte como forma de propor discussões críticas sobre a violência de gênero, Panmela pontua ainda que acredita “na importância da equidade de poder para a sustentabilidade da Casa Comum, nossa terra”. E completa: “Acredito que nós (povos originários, povo da diáspora africana, PCDs, LGBTQIA+, mulheres, e outres) podemos decidir os rumos da nossa sociedade de uma forma muito mais justa para todos; trazendo novas soluções para problemas atuais como o aquecimento global, o esgotamento dos recursos da terra, e seu próprio fim; dentre outros mais antigos como a insegurança alimentar e o acesso à educação, saúde e moradia”.
Na exposição, além dos retratos e algumas telas abstratas, a artista apresenta objetos em bronze, espelhos, neon, joias, enfeites, pixo, vídeo… Dentre outros materiais. Essa variedade de suportes e visualidades incorpora as experiências da artista com pessoas de diferentes círculos, durante os eventos que convergiram para a presente exposição.