Este ano, um dos maiores fenômenos da arte brasileira contemporânea, Carlito Carvalhosa, completaria 60 anos. O artista que faleceu precocemente ano passado, deixou um inegável legado para a história da arte brasileira e hoje ganha mais uma exposição na galeria Nara Roesler em Nova York. Com curadoria de Luis Pérez-Oramas, a exposição Carlito Carvalhosa: Matéria como imagem. Trabalhos de 1987 a 2021 apresenta uma seleção de trabalhos das fases emblemáticas de sua trajetória, evidenciando a compreensão da matéria como força geradora de sua obra.
Influenciado pelo construtivismo Carlito investigava a pintura monocromática a partir de sua instabilidade material explícita, o que o levou a se aprofundar nas potencialidades da pintura tridimensional. Adicionando cera sobre tela, ele criava peças translúcidas que revelam as etapas de produção, assim como, mais tarde, suas esculturas tornariam evidentes as formas dos cilindros que as moldavam. E, ao criar esses volumes com a cera na tela, na qual as mãos e dedos do artista parecem emergir da pintura, Carlito invertia a clássica lógica da linguagem, em que o gesto é depositado na superfície.
Seus trabalhos sobre espelhos, por sua vez, endereçam o problema da imagem como reflexo invertido, ao cobrir partes dessas superfícies com camadas de tintas e fazer o uso de inscrições. Nelas, a opacidade das formas coloridas se chocam com a suposta transparência dos espelhos.
Aclamado no mercado nacional e internacional, Carvalhosa foi o primeiro artista brasileiro vivo a ter uma exposição solo no MoMA, em Nova York, e faleceu dois dias depois do Museu Guggenheim de Nova York comprar uma de suas obras.
Serviço
Carlito Carvalhosa: Matéria como imagem. Trabalhos de 1987 a 2021
Local: Galeria Nara Roesler
Visitação: Até 18 de junho de 2022
Endereço: 511 w 21st street, Nova York.
Funcionamento: De terça a sábado, das 10h às 18h.
Ingresso: grátis