O acervo botânico do Instituto Inhotim também é arte e colecionável

Cerca de 4,5 mil espécies nativas brasileiras e exóticas de todo o mundo estão no acervo do maior museu a céu aberto do mundo e tem até curadoria específica

por Jamyle Rkain
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Entre as espécies, obras como Inmensa (1982-2002), de Cildo Meireles. Foto: João Marcos Rosa/Nitro
Entre as espécies de plantas, estão obras como Inmensa (1982-2002), de Cildo Meireles. Foto: João Marcos Rosa/Nitro

Passear por Inhotim é uma experiência que leva a bastante conhecimento não só sobre arte, mas também sobre botânica e meio ambiente. O maior museu a céu aberto do mundo é também um espaço onde a natureza é muito valorizada e institucionalmente se apresenta também como um Jardim Botânico. Esse título foi recebido em 2010, após uma avaliação da Comissão Nacional de Jardins Botânicos (CNJB). São vários os projetos que o instituto realiza relacionados a isso, unindo cultivo, pesquisa e educação… E tem até um curador especial para a área, o engenheiro agrônomo Juliano Borin!

Para se ter uma ideia, além das 450 obras espalhadas pelo local, também existem 4500 espécies de plantas que foram trazidas de todas as regiões do mundo, que compõem vários jardins em um só lugar. Originalmente, o Instituto Inhotim foi construído em um espaço que tem remanescentes de Mata Atlântica e Cerrado.

Cuidado pelas mãos do sr. Hamilton, o Jardim é um convite para estimular os sentidos. Foto: João Marcos Rosa/Nitro
Cuidado pelas mãos do sr. Hamilton, o Jardim é um convite para estimular os sentidos. Foto: João Marcos Rosa/Nitro


Essa beleza toda e diversidade estonteante é fruto dos trabalhos de paisagismo conduzidos por Pedro Nehring, que desenvolveu os primeiros jardins na década de 80, e que ainda hoje comanda o paisagismo do Inhotim, e por Luiz Carlos Orsini, que projetou 250.000 m² de jardins e lagos ali entre 2000 e 2004, correspondente a 25 hectares. O arquiteto foi responsável pela concepção e execução do projeto. Hoje, ao todo são mais de 140 hectares de área de visitação e uma extensão de 250 hectares de Reserva Particular de Patrimônio Natural Inhotim (RPPN)! Para adentrar tudo isso, Inhotim oferece periodicamente visitas guiadas com o curador botânico da instituição, “contando os detalhes das espécies, os segredos do paisagismo do Inhotim, com direito a um passeio pelas estufas do Jardim Botânico, onde se encontram espécies raras do acervos como orquídeas, antúrios e palmeiras”.

Coité (Crescentia cujete). Foto: João Marcos Rosa/Nitro

Há quem considere Inhotim um espaço onde podem ser vistas obras de Land Art, isto é, obras que tem a natureza como matéria constituinte, que se relacionam à natureza não só por estarem nela, mas por terem ela em sua composição. Mas a verdade é que Inhotim é um grande Jardim Botânico onde podem ser vistas obras de arte ao ar livre, instaladas ao longo do espaço, não que têm necessariamente a natureza em sua constituição. Desta forma, são encontradas esculturas e instalações icônicas enquanto se passeia pelos jardins, como Deleite, de Tunga, e Inmensa, de Cildo Meireles.

No Jardim de Todos os Sentidos você encontra plantas presentes em seu dia a dia. Foto: João Marcos Rosa/Nitro

É importante pontuar também o papel importantíssimo que Inhotim assume quanto à pesquisa, tendo no Viveiro Educador um pólo de pesquisas científicas e de cultivo de espécies. Desta forma, se coloca como linha de frente para “a construção do conhecimento, a sensibilização ambiental e a popularização da ciência”. Neste espaço, são conduzidas também ações de conservação da biodiversidade (inclusive com espécies raras) a partir do está o Laboratório de Botânica.

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