Quantas galerias ou museus existem na sua cidade? O Brasil é grande, já sabemos! Entretanto, apesar de termos uma produção de arte extremamente potente desde o Monte Caburaí, em Roraima; ao Arroio do Chuí, no Rio Grande do Sul, o mercado de arte ainda está muito concentrado no eixo São Paulo-Rio de Janeiro.
Enquanto São Paulo oferece, hoje, cerca de 60 exposições interessantes para ver (baixe o nosso app para conferir!), é possível contar nos dedos de uma só mão as mostras de cidades que também respiram e exalam arte. O resultado? Muitos artistas ficam marginalizados em seu próprio país, mesmo que tenham produções com qualidade e frescor. Ou se sentem obrigados a migrar para ter seus trabalhos vistos por curadores, galeristas e colecionadores.
Mas isso promete mudar! A galeria Almeida e Dale está fazendo, há alguns anos, um importante papel de se aproximar de mercados de diferentes regiões do Brasil, instigando e movimentando produção e colecionismo local.
E desta vez quem ganha atenção é o Centro-Oeste: Lucio Albuquerque, um dos sócios fundadores da Casa Albuquerque, de Brasília, Antônio Almeida e Carlos Dale, , sócios fundadores da Almeida & Dale Galeria, de São Paulo, abrem a Cerrado Galeria, em Goiânia.
A galeria ocupa a casa modernista da rua 84, projetada por David Libeskind, marco da arquitetura goiana que já abrigou a sede do IPHAN-GO (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e abre as portas com obras de um dos mais célebres artistas da região: Siron Franco!
E a escolha não poderia ser mais acertada. De acordo com Ferreira Gullar, diferente de muitos outros artistas, Franco assumiu seu papel como artista internacional por meio de um vínculo vital com seu território. Talvez seja por isso que Franco tenha mantido seu ateliê em Goiânia e tenha colecionado uma importante lista de constantes exposições por todo o planeta! A exposição “Pensamento Insubordinado|Trabalhos, 1961-2023” acontece simultaneamente em dois espaços – na Cerrado Galeria e no MAC Goiás – e apresenta 60 anos de pintura, escultura e as ações, revelando importante crônicas sociais e políticas do Brasil.
A abertura faz parte de um movimento de amadurecimento, profissionalização e descentralização do mercado de arte no país, além de selar convicção de existe no Centro-Oeste grande interesse e demanda por conteúdo de qualidade no campo das artes visuais.