O fazer manual vem ganhando forças, especialmente desde o início da pandemia e o isolamento social, onde o artista , sem poder se deslocar, dedicou-se mais à telas pintadas a mão, tapeçarias, esculturas e cerâmicas. Porém, na contramão de tudo isso, veio a urgência de se estabelecer no mercado online, seja através dos marketplaces ou na produção de obras digitais.
No termômetro dos tempos atuais, obras digitais que funcionam com base nos códigos blockchain, as polêmicas NFTs, já apareceram com mais peso em feiras como a Art Basel Miami Beach, no fim do ano passado. Então já era de se esperar que o retorno da SP-Arte no Pavilhão da Bienal não fosse diferente. Por isso, destacamos aqui 4 novidades do mercado de arte digital estabelecidos nesta edição da feira:
1. Lançamento da Kogan Amaro Digital Art Gallery
Ampliando sua área de operação, a galeria Kogan Amaro começa a atuar também com NFT. Com uma curadoria específica, a galeria, que tem unidades no Brasil (São Paulo) e na Suíça (Zurique), reforça sua atuação global, expandindo seu alcance e facilitando as operações das carteiras digitais.
2. Stand da Tropix
A Tropix é uma plataforma de NFT, que nesta edição da feira, apresenta o trabalho de 21 artistas em parceria com 12 galerias. Ao visitar o stand e fazer o cadastro na plataforma, o visitante pode ganhar uma obra em NFT!
No stand, vale destacar o lançamento da primeira obra de Gretta Sarfaty em NFT: Shower, 2022. A artista, que ganhou reconhecimento internacional no final dos anos 1970, a partir de seus trabalhos artísticos relacionados à Body Art e ao Feminismo, apresenta seu corpo nu capturado através do vidro jateado do chuveiro.
O artista Thiago Martins de Melo também chamou atenção com o NFT inédito intitulado como “Anunciação (Amazônia Mega Drive)” – uma espécie de escultura digital em holograma concebida em colaboração com o escritor e curador Germano Dushá e o designer Raul Luna. A obra projeta, com tons de ficção científica, a imagem de um talismã calcificado.
3. Stand da Bomblô + Aura
A galeria argentina Aura, tem um museu no metaverso, chamado Aura Gallery in Decentraland e é especializada em NFTs. Numa parceiria com a Blombô, o stand trouxe uma seleção de 24 artistas com obras nunca exibidas no Brasil.
Vale destacar a série do projeto Mutations, que é baseada nas formas das moléculas das diversas variantes do SARS COV-2. O projeto tem como objetivo ajudar os países que estão com dificuldades de acesso à vacina contra a Covid, por isso 20% do valor ganho com a venda de NFTs será doado para aquisição de mais doses.
Outra obra que chamou atenção no stand por sua linguagem foi a live-performance de NFT da artista Enco.
4. SOUTH SOUTH + Veza
A SOUTH SOUTH é uma comunidade online para artistas, galerias, curadores, colecionadores, instituições e ONGs investidas no Sul Global. Em parceria com a NIIO Art Platform, o projeto participa da SP–Arte 2022 com a VEZA 02, um showcase digital de videoarte do Sul Global. Além de uma apresentação na Feira, a parceria se estenderá ao longo do ano através da produção colaborativa de conteúdo digital destacando, bimestralmente, cerca de dez galerias do sul global.