Até setembro de 2018, o Museu Nacional contava com um conjunto de cerca de 50 mil fósseis em sua coleção. Depois do incêndio que destruiu suas dependências, além de 85% desse material, um de seus maiores desafios tem sido justamente a reconstrução de seu acervo. Nesse sentido, a doação de mais de mil fósseis de insetos, plantas e dinossauros, uma das maiores já recebidas pela instituição, marca significativamente um novo capítulo na história do Museu.
Todas as peças cedidas pelo colecionador suíço-alemão Burkhard Pohl, são originadas da Bacia do Araripe, região localizada entre os estados do Ceará, Pernambuco e Piauí, onde estão as formações Crato e Romualdo – duas unidades ricas em material paleontológico que datam, respectivamente, de 115 milhões e 110 milhões de anos. 80% dos novos itens deve ser exposto ao público quando o prédio for reaberto, em 2026.
Neto de Karl Stroeher, cuja coleção de arte formou a base do Museu de Arte Moderna de Frankfurt, e filho de Erika Pohl-Stroeher, que reuniu a maior e mais refinada coleção de minerais e gemas da Europa, Burkhard Pohl é um grande nome do colecionismo fóssil. Criador de dois museus de história natural, o Centro de Dinossauros de Wyoming, nos Estados Unidos, e o Museu Paleontológico Sino-Alemão, em Liaoning, na China, além da empresa suíça Interprospekt Group, que hoje integra iniciativas globais em escavações, exposições, educação e comércio relacionados à história natural, Pohl adquiriu formou sua ampla coleção adquirindo fósseis em feiras na Europa e nos Estados Unidos.
A doação para o Museu brasileiro é fruto de uma parceria entre o Inclusartiz e a Associação Amigos do Museu Nacional (SAMN), selada em 2022, onde a fundadora do Instituto, Frances Reynolds, tem sido ativa no esforço de captação de recursos para a renovação das peças do centro histórico e cultural no Rio de Janeiro.