O IMS Rio apresenta a exposição Marc Ferrez: território e imagem. Com curadoria de Sergio Burgi, a mostra exibe um panorama da extensa produção de Ferrez (1843-1923), um dos principais fotógrafos brasileiros do século XIX, cuja obra integra o acervo do IMS. A retrospectiva, que já foi exibida no IMS Paulista, reúne mais de 300 itens, entre fotografias, álbuns originais, câmeras, equipamentos e documentos. As obras foram produzidas no período de 1867, início de sua carreira, até 1922, um ano antes de seu falecimento. A seleção evidencia as múltiplas facetas da produção de Ferrez, da sua atuação como fotógrafo oficial em projetos do Império à sua proximidade com a ciência e a engenharia.
Na primeira parte, está o trabalho inicial de Ferrez, a partir de 1867, quando inaugura seu estúdio no Rio de Janeiro. São paisagens de várias localidades, sobretudo da cidade carioca. Aqui, evidencia-se o diálogo de Ferrez com seus contemporâneos, como os fotógrafos Revert Henrique Klumb e Augusto Stahl. Muitas das imagens exibidas nessa parte são raras, já que, em 1873, um incêndio destruiu o ateliê de Ferrez, restando poucos materiais desse período.
Em seguida, a exposição apresenta o trabalho de Ferrez como fotógrafo oficial da Comissão Geológica do Império do Brasil. Estabelecida em 1875, a comissão tinha o objetivo de realizar um levantamento geológico de todo o território brasileiro. Junto a ela, Ferrez percorreu o país de Norte a Sul, entre 1875 e 1876, tornando-se o primeiro fotógrafo a documentar extensivamente as diversas regiões do Brasil. A mostra exibe, através de projeção de grande formato, o conteúdo integral de dois álbuns originais da comissão, com fotos de Ferrez realizadas em diversos estados do Nordeste e ao longo do rio São Francisco, pertencentes à coleção do Getty Museum de Los Angeles.
A exposição apresenta também registros da escravidão nas fazendas de café no vale do Paraíba e nas minas no estado de Minas Gerais, principais atividades econômicas durante o Segundo Império. Buscando divulgar internacionalmente a imagem de um sistema produtivo e eficiente, Ferrez a retratou de forma naturalizada e apaziguada, em fotografias que não evidenciam os conflitos sociais, as ideias abolicionistas e as resistências em curso no período, fatos plenamente documentados nos periódicos e outros documentos de época.
Marc Ferrez: território e imagem
Curadoria: Sergio Burgi
Abertura: 07/12/19
Visitação: até 15/03/2020; terça a domingo, 11h-20h
IMS Rio: Rua Marquês de São Vicente, 476, Rio de Janeiro. Entrada gratuita