Home Acontece MAM-SP e MAC-USP têm exposição simultânea em parceria com novo olhar sobre seus acervos

MAM-SP e MAC-USP têm exposição simultânea em parceria com novo olhar sobre seus acervos

Embora os museus já tenham emprestado obras de seus acervos um para o outro, em “Zona da Mata” essa parceria acontece de forma inédita; o curador Cauê Alves explica o porquê

por Jamyle Rkain
Claudia Andujar, Yanomami, da série A floresta, 1974-76.

Abre neste sábado, 19 de junho, uma exposição realizada a partir de uma parceria entre o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP) e o Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC-USP). A coletiva Zona da Mata acontecerá de maneira simultânea nas duas instituições que estão sediadas no polo cultural do Parque do Ibirapuera. A curadoria é assinada por Ana Magalhães e Marta Bogéa (MAC), e por Cauê Alves (MAM), que selecionaram as obras de maneira conjunta a partir de um mergulho em seus acervos.

Ao ARTEQUEACONTECE, Cauê comenta a importância desta exposição, que reúne dois museus que têm uma história em comum, unindo esforços e conteúdos: “Existe uma disposição, uma vontade das instituições se aproximarem e fazer essas parcerias. Então é uma vontade de mostrar os acervos das instituições, tratar de temas atuais. E é a primeira vez que, de fato, uma exposição com acervo do MAM e do MAC acontece nas duas instituições, fazendo com que uma única mostra possa juntar esses acervos”.

Guto Lacaz, Áreas Verdes, intervenção urbana, 2015. FOTO: Edson Kumasaka

Anteriormente, os museus só tinham tido experiências de compartilhamento de seus acervos quando o MAM pediu obras emprestadas para o MAC para realizar exposições em seu espaço. Isso porque o contemporâneo ficou com obras que eram do acervo inicial do moderno. Então, o curador explica, muitas vezes o MAM recorreu ao MAC num intuito de recontar sua própria história. Mas, nesta exposição, há uma troca que se desenrola em torno de um projeto, “com obras do MAM no MAC e vice-versa”. Ele comenta também que as instituições agora pensam de forma a pensar para frente e “olhando possibilidades de construir conteúdos conjuntos e narrativas que não necessariamente precisem retomar essa história em comum e que possam prospectar futuros”.

Zona da Mata é uma exposição que joga um olhar sobre o território onde os dois museus estão inseridos, o Parque do Ibirapuera. A partir de uma metáfora construída de forma simbólica, a exposição busca abordar problemáticas presentes no Brasil atual e discutir as pontos que relacionam a cultura e a natureza. Alves assinala o significado da palavra Ibirapuera em tupi-guarani, que remonta a uma ideia de uma “mata que já foi mata”, como algo que despertou o interesse do trio curatorial, fazendo com que pensassem sobre um lugar de contato, onde há a transformação da paisagem.

No texto curatorial que acompanha a mostra os curadores escrevem que “diante do Brasil em febril convulsão, violentamente retrógrado, Zona da Mata é hoje todo o país. Alinhados ao desafio mundial, precisamos mais do que nunca nos reposicionarmos frente ao nosso pacto de país e sociedade, a começar por reconhecer saberes ancestrais que não soubemos acalentar, sem aprisioná-los em um passado histórico, mas como parte fundamental de nosso desejável presente”.

No MAM, a exposição vai acontecer em dois momentos. A partir deste sábado, 19, a instituição terá na Sala de Vidro obras de Marcius Galan, Guto Lacaz e Gustavo Utrabo; elas serão substituídas no dia 23 de outubro por uma instalação feita por Rodrigo Bueno especialmente para esta exposição, podendo ser visitada até 6 de março de 2022. Já no MAC-USP, a mostra terá uma montagem única, com obras de Brasil Arquitetura (Marcelo Ferraz e Francisco Fanucci); Claudia Andujar; Fernando Limberger; Gabriela Albergaria; Gustavo Utrabo; Guto Lacaz; Jaime Lauriano; Julio Plaza; Leandro Lima, Gisela Motta e Claudia Andujar; Marcius Galan, Paulo Nazareth e Rodrigo Bueno.

Zona da Mata
Com curadoria de Ana Magalhães, Marta Bogéa e Cauê Alves
Data: Abertura em 19 de junho
Local: MAM-SP e MAC-USP (Parque Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – Portões 1 e 3 / Av. Pedro Álvares Cabral, 1301).

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