Em tempos em que o empoderamento feminino ganha cada vez mais força, mas a luta ainda se faz necessária, é no mínimo reconfortante ver 100 banners que celebram o direito de voto conquistado pelas mulheres no Reino Unido há 102 anos. No domingo, 10 de junho de 2018, dezenas de milhares de mulheres vestindo lenços verdes, brancos e violetas saíram às ruas em Belfast, Cardiff, Edimburgo e Londres como parte de PROCESSIONS, uma obra de arte criada em massa para marcar o centenário do feito. Para a marcha, foram elaboradas 100 obras de arte originais inspiradas nas faixas feitas pelas sufragistas que haviam feito campanha pelo voto feminino um século antes. Nasceram, assim, imagens que instigam uma reflexão sobre o que era ser mulher em 2018.
Este mês, o livro Women Making History: Processions the Banners, que reúne estes trabalhos, é lançado pela Profile Editions. “Estas faixas do século XXI apresentam declarações poderosas feitas em texto e têxteis, fazendo referência às lutas anteriores por igualdade e também refletindo preocupações modernas das mulheres e daqueles que se identificam como mulheres”, expõe a editora.
O livro garante, sem dúvida, uma oportunidade única de ver de perto cada um desses banners e observar todos os seus gloriosos detalhes e narrativas que marcaram um momento histórico para a História da arte e do movimento feminista: uma obra de arte em massa foi criada por mulheres em toda sua diversidade, transformando as ruas centrais de quatro capitais. No Brasil as mulheres só conquistaram o direito ao voto em 1932, no governo Getúlio Vargas; e, nos EUA elas só conseguiram dar este passo empoderado em 1933. Vivemos tempos sombrios em que a violência contra a mulher segue atingindo números absurdos e a desigualdade no campo de trabalho ainda é um problema a ser superado – inclusive no mercado de arte. 2020 é ano de eleição e agora, mais do que nunca, devemos fazer jus ao poder que está literalmente em nossas mão conquistado por nossas avós. Nos vemos nas urnas!