Wabi-sabi é a beleza das coisas imperfeitas, transitórias e incompletas. . É a beleza das coisas modestas e simples. É a beleza das coisas não convencionais. O livro escrito por Leonard Koren em 2008 – que ganhou, finalmente, versão brasileira – tenta traduzir o conceito filosófico e estético originalmente japonês, mas que ganha cada vez mais força como antídoto contra uma sociedade que perdeu a sensibilidade e um entendimento mais complexo do tempo.
Na posição “panteão japonês de valores estéticos” equivalentes aos ideais gregos de beleza e perfeição no mundo ocidental, o termo “wabi-sabi”, que aparece em quase todos os textos e livros que fazem referência à cerimônia do chá, , é também, de acordo com Koren, um sentimento difícil de explicar racionalmente justamente por se tratar de sutilezas, do impreciso e da “lógica do coração”.
O significado, o conceito e algumas características do “wabi-sabi” foram mantidos como algo bastante abstrato e misterioso intencionalmente para evitar errôneas interpretações. “(…) a indefinição ou falta de informações é apenas mais um aspecto da incompletude inerente ao wabi-sabi”, explicou o autor que dividiu em dois o seu livro que tenta explicar o inexplicável.
Na primeira parte o livro é dedicado a uma contextualização histórica: a associação com zen budismo ou com o que se costuma chamar de “arte primitiva” (apesar de nunca ser usado de modo representativo ou simbólico), além da comparação com o modernismo. No segundo momento, ele mergulha em análises mais complexos sobre a base metafísica, valores espirituais, estado de espírito, preceitos morais e características materiais do universo Wabi-sabi.
Uma leitura para artistas, designers, poetas, filósofos e simpatizantes.