Entre os anos 1919 e 1939, Paris experimentou um impressionante boom cultural e intelectual. Uma cidade vibrante ao som de jazz e quando alguns dos mais ilustres criativos do do século 20 se encontravam em cafés e cabarés. Paris era mesmo a Cidade da Luz durante os anos do entre guerras e o fascínio pelo espírito da cidade que paira até hoje entre amantes de todas as artes. Arquitetura, design, artes plásticas, moda, música ou literatura – todos os aspectos deste período tão efervescente são apresentados no livro Paris Between the Wars: Art, Style and Glamour in the Crazy Years, escrito por Vincent Bouvet e Gérard Durozoi.
As ideias e ícones de moda que transitavam pelas ruas e noitadas parisienses daquele período se espalharam pelo mundo inteiro e atraíram artistas ( inclusive os brasileiros mais abastados) e escritores excitados para vivenciar os chamados “années folles”. A atmosfera boêmia de Montparnasse, com seus cafés, bares e ateliês, era um hub de energia e testemunhou movimentos revolucionários como o Cubismo, o Surrealismo e o Dadaísmo – Paris, afinal, era a casa de nomes como Pablo Picasso, Henri Matisse, Marc Chagall, Alberto Giacometti, Fernand Léger, Joan Miró, Alexander Calder, entre outros. Foi também a cidade onde viviam personagens chave para o pensamento intelectual francês como André Gide, Paul Valéry e André Malraux, além de estrelas da literatura como Ernest Hemingway, F. Scott Fitzgerald e James Joyce.
A cidade recebeu a Exposition internationale des arts décoratifs et industriels modernes de 1925, Exposição Mundial que marcou a época por reunir muitas das ideias e conceitos da vanguarda internacional nos campos da arquitectura e artes aplicadas. Foi neste momento, por exemplo que arquitetos, designers, artesãos e artistas do Art Déco e Modernismo abraçaram a beleza da tecnologia, maquinaria e tudo que a vida contemporânea tinha para oferecer! Eram tempos de outro também para a alta-costura: os vestidos de Coco Chanel, Jeanne Lanvin e Elsa Schiaparelli emancipavam as mulheres que dominavam a cena social de Paris e as noites embaladas pela voz de Josephine Baker. Com a Grande Depressão os bons-vivants do universo artístico conheceram um lado pesado da vida, mas não perderam o dom de transformar tudo em poesia: Picasso pintou Guernica, enquanto Brassaï e André Kertész retratavam o novo cotidiano.
Relato perfeito para quem quer começar a entender um dos mais importantes momentos do mundo criativo, Paris Between the Wars é dividido em nove capítulos ricamente ilustrados com fotos e obras de arte: Vida Cotidiana; Cidade da Luz; Artes Decorativas; Mundo da Moda; Pintura e Escultura; Novo Mundo de Imagens; Vida Intelectual; Encruzilhadas Musicais; Dias de Prazer. Se você ler esse livro, certamente terá vontade de voltar no tempo! Como diria Hemingway, Paris era uma festa.