Livros AQA: Feminismo y Arte Latinoamericano

A arte Latino-Americana vem ganhando cada vez mais espaço no circuito da arte, seja com o aumento da procura por obras latinas no mercado, seja pela expansão das pesquisas acadêmicas…

por Julia
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A arte Latino-Americana vem ganhando cada vez mais espaço no circuito da arte, seja com o aumento da procura por obras latinas no mercado, seja pela expansão das pesquisas acadêmicas ou pela multiplicação de mostras que exploram a produção da região, em contextos modernos e contemporâneos. 

Com isso em mente, nossa recomendação de livro da semana é “Feminismo y Arte Latinoamericano“, título ainda não traduzido para o português. Escrito pela professora, pesquisadora e curadora da próxima Bienal do Mercosul, Andrea Giunta, o livro traz histórias e resgata narrativas essenciais da arte latina dentro do contexto do movimento feminista, da emancipação do corpo da mulher e do empoderamento de artistas que contribuíram para a emancipação feminina no continente. 

Giunta é responsável pela publicação de diversos títulos sobre arte argentina, mas neste livro especificamente sua escrita se expande para incluir artistas do Chile, como Páz Errazuriz – que ganhará uma grande mostra individual no IMS Paulista nos próximos meses –; da Colômbia, como Clemencia Lucena; e do México, como Lourdes Grobet, que também fazia parte da mostra “Mulheres Radicais”, apresentada no Hammer Museum e no Brooklyn Museum, nos Estados Unidos, e na Pinacoteca de São Paulo, em 2018. Na ocasião da exposição no Brasil, o ARTEQUEACONTECE entrevistou Giunta e a co-curadora do projeto, Cecilia Fajrdo-Hill, e conversou sobre os temas abordados nesta obra.

Paz Errázuriz. Foto que fez parte da mostra “Mulheres Radicais”, na Pinacoteca de São Paulo

A leitura de “Feminismo y Arte Latinoamericano” nos aproxima de um cenário que, por vezes, pode parecer muito distante da nossa história. Porém, há muitos paralelos entre o desenvolvimento da arte na América Latina e no Brasil, especificamente, incluindo os períodos de endurecimento das ditaduras, de intervenções estrangeiras, de conservadorismo e de revolução e transformação social. 

O livro também ajuda a jogar luz sobre os mecanismos de exclusão que reforçam e reproduzem a subordinação, invisibilidade e esquecimento das mulheres artistas, além de registrar as histórias das responsáveis por dar início à transformação desses sistema desigual. Ainda que a linguagem da publicação às vezes seja demasiado acadêmica, este livro abraça de maneira muito clara temas polêmicos e igualmente potentes na produção das artistas que apresenta como estudo de caso, criando janelas para nos aprofundarmos em seus corpos de trabalho e em suas histórias, e ajudando a construir uma narrativa mais aberta, inclusiva e progressista sobre a arte da América Latina.

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