O antropólogo, etnógrafo e fotógrafo francês Pierre Verger passou a vida estudando minuciosamente diferentes povos e culturas, especialmente dedicado às culturas iorubá e fon, além de suas diásporas religiosas.Tornou-se um dos nomes mais relevantes da História da Arte Brasileira depois de registrar, sob seu olhar, a essência da vida no país durante os anos 1940 até 1970.
Para celebrar sua precisosa obra, os curadores Priscyla Gomes, do Instituto Tomie Ohtake e Alex Baradel, da Fundação Pierre Verger, reuniram cerca de 300 itens – entre fotos inéditas, cartas, cadernos de viagem e periódicos da época – na mostra Pierre Verger: Percursos e Memórias, no Tomie Ohtake, até o dia 21 de novembro de 2021.
Era 1932 quando ele decidiu unir a expertise que havia adquirido na fotografia com sua vontade de viajar para conhecer e registrar outras pessoas e lugares; partiu levando como única bagagem uma máquina fotográfica Rolleiflex. O resultado? Décadas de viagens ao redor do mundo, passando pela Europa, Ásia, América e Oceania e a articulação somente de imagem, mas também de escritos e uma extensa pesquisa que resultou em um panorama vasto.Verger registrou, por exemplo, também por escritos as informações coletadas em suas viagens entre o Brasil e a África.
E é esse repertório que a mostra procura revelar. Os núcleos pelos quais se divide a exposição estão ligados às diferentes viagens de Verger. Cada percurso é, então, ponto de para narrar como o artista tornou-se pioneiro em muitas de suas abordagens sobre fotografia, no registro e investigação dos locais aos quais visitava e na sua forma de estabelecer diálogo com as diferentes populações. Vale destacar o ano de 1946, que marca sua chegada ao Brasil: foi aqui que ele se deparou pela primeira vez com a cultura afro-americanista e africanista – temas que iriam mudar a sua vida e obra para sempre.
Pierre Verger: Percursos e Memórias
Data: Até 21 de novembro de 2021
Local: Instituto Tomie Ohtake
Endereço: Av. Brg. Faria Lima, 201 – Pinheiros, São Paulo