Todos os anos, a programação do MASP é guiada por um eixo temático pensado em torno de diferentes histórias, elaboradas a partir de diferentes perspectivas, incluindo narrativas
reais, ficcionais, pessoais e documentais, vários suportes e distintas temporalidades e territórios – em 2016, foram as Histórias da infância, em 2017 as Histórias da sexualidade e em 2018, as Histórias afro-atlânticas.
Em 2019, pela primeira vez, o eixo será tema não apenas de uma, mas de duas exposições paralelas, Histórias das mulheres e Histórias feministas, com o objetivo de resgatar e difundir o trabalho de artistas mulheres, além de pensar sobre possíveis desdobramentos do feminismo no âmbito das artes. Com curadoria de Julia Bryan-Wilson, curadora-adjunta de arte moderna e contemporânea do MASP, Lilia Schwarcz, curadora-adjunta de histórias e narrativas, e Mariana Leme, curadora assistente do museu, Histórias das mulheres busca reposicionar a obra de artistas que trabalharam até o final do século 19, ao discutir a diferença de valor entre o universo masculino e o feminino e também entre arte e artesanato. A mostra terá nomes como Sofonisba Anguissola (circa 1532-1625), Artemisia Gentileschi (1593-1653), Judith Leyster (1609-1660), Angelica Kauffmann (1741-1804), Elisabeth-Louise Vigée-Lebrun (1755-1842) e Eva Gonzalès (1849-1883), além de pioneiras latino-americanas como Magdalena Mira Mena (1859-1930), Abigail de Andrade (1864-1890) e Berthe Worms (1868-1937).
Já “Histórias feministas: artistas depois de 2000”, com curadoria de Isabella Rjeille, é um contraponto à mostra Histórias das mulheres, um desdobramento do ciclo de 2017, Histórias da sexualidade, e não se propõe a esgotar um assunto tão extenso e complexo como a relação entre arte e feminismo, mas incitar novos debates a partir da produção de artistas cujas produções emergiram no século 21.
Histórias feministas foi também título da exposição individual da artista Carla Zaccagnini em 2016 no MASP, anunciando o compromisso e o interesse da direção artística do museu em uma abordagem feminista da história da arte. Na condição dupla de continuidade de um projeto e de novo capítulo de uma série de exposições, Histórias feministas não se propõe, nas palavras da sua curadora, a fazer um mapeamento da arte feminista no Brasil e no mundo, muito menos associar a produção de artistas mulheres a vertentes específicas dos feminismos. Segundo a curadora, nesta exposição, o feminismo é entendido como “uma prática capaz de provocar fricções e diálogos trans-históricos e transnacionais”, e que não deixa de considerar as questões de gênero em relação a classe, raça, etnia, geração, região, sexualidade e corporalidade, entendendo-os como elementos que transformam radicalmente e tornam mais complexas as experiências das mulheres ao redor do mundo.
Histórias das mulheres: artistas até 1900
Histórias feministas: artistas depois de 2000
Abertura: 23/08/19, 20h
Visitação: até 17/11/19; quarta a domingo, 10h-18h (bilheteria até 17h30); terça, 10h-20h
MASP: Avenida Paulista, 1578, São Paulo. Ingressos: R$ 40; R$ 20 (meia) – gratuito às terças