Ao longo de todo o ano de 2018, o MASP dedica seu programa de exposições e atividades às histórias e narrativas afro-atlânticas. Essas histórias não se referem apenas ao período da escravidão, em que populações africanas foram retiradas à força de seu continente para serem escravizadas nas colônias europeias nas Américas e no Caribe, mas fala, sobretudo, dos “fluxos e refluxos”, usando a famosa expressão de Pierre Verger, entre esses povos atlânticos, desde o século 16 até a contemporaneidade.
A exposição coletiva Histórias afro-atlânticas reúne, em iniciativa inédita, duas das principais instituições culturais de São Paulo: o MASP e o Instituto Tomie Ohtake. Trata-se de um desdobramento da exposição Histórias mestiças, realizada em 2014, no Instituto Tomie Ohtake, por Adriano Pedrosa e Lilia Schwarcz, que também assinam a curadoria desta nova mostra, junto com Ayrson Heráclito e Hélio Menezes, curadores convidados, e Tomás Toledo, curador assistente.
Histórias afro-atlânticas apresenta cerca de 400 obras de mais de 200 artistas, tanto do acervo do MASP, quanto de coleções brasileiras e internacionais, incluindo desenhos, pinturas, esculturas, filmes, vídeos, instalações e fotografias, além de documentos e publicações, de arte africana, europeia, latino e norte-americana, caribenha, entre outras. Os empréstimos foram cedidos por algumas das principais coleções particulares, museus e instituições culturais do mundo. A mostra articula-se em torno de núcleos temáticos, alguns dos quais presentes em Histórias mestiças. No MASP estão presentes os núcleos Mapas e margens; Vida cotidiana; Festas e religiões; Retratos; Modernismos afro-atlânticos; Rotas e transes: África, Jamaica, Bahia; e no Instituto Tomie Ohtake estão Emancipações; Ativismos e resistências. Em cada núcleo, friccionam-se diferentes movimentos artísticos, geografias, temporalidades e materialidades, sem compromisso cronológico, enciclopédico ou mesmo retrospectivo. Histórias afro-atlânticas busca, assim, oferecer um panorama das múltiplas histórias possíveis acerca das trocas bilaterais – culturais, simbólicas, artísticas, etc. – representadas em imagens vindas da África, da Europa, das Américas e do Caribe.
Histórias afro-atlânticas está organizada de forma independente e não-linear entre as duas instituições, não havendo uma ordem correta ou obrigatória a seguir. No Instituto Tomie Ohtake, há duas salas dedicadas à mostra; no MASP, todos os espaços expositivos temporário estão ocupados.
Histórias Afro-Atlânticas
Abertura MASP: 28/06, 20h (para convidados)
Visitação: até 21/10/18
Abertura Instituto Tomie Ohtake: 30/06, 11h-15h (visitação até 20h)
Visitação: até 21/10/18
MASP: Avenida Paulista, 1578, São Paulo. Ingressos: R$30
Instituto Tomie Ohtake: Av. Faria Lima 201 (entrada pela Rua Coropés, 88), São Paulo. Entrada gratuita.