Galeria Nara Roesler abre exposição curada por Marcos Chaves

Os encontros da areia inspiram o artista a fazer um recorte do cenário artístico carioca entre os anos 1980 e 1990

por Beta Germano
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Raul Mourão, na exposição A dobra do horizonte
Raul Mourão, na exposição A dobra do horizonte

Um dos trabalhos mais famosos do artista carioca Marcos Chaves é composto por uma foto do Pão de Açúcar, cartão postal do Rio de Janeiro, e a frase “só vendo a vista“. Ao fundo, vemos o horizonte montanhoso que torna a cidade reconhecível no mundo inteiro. É justamente o “horizonte carioca” que serve como fio condutor para a exposição curada pelo artista, que abre no dia 23 de março, na sede da Galeria Nara Roesler, em Ipanema. 

A ideia de “horizonte” aparece, aqui, de duas formas: de um lado, há uma  materialidade que incorpora a linha como gesto de expansão; do outro, vemos a própria ideias de “expansão de horizontes”, de encontros, olhares e futuros possíveis.    

Tatiana Grinberg, na exposição A dobra do horizonte
Tatiana Grinberg, na exposição A dobra do horizonte
Roberto Cabot, na exposição A dobra do horizonte
Roberto Cabot, na exposição A dobra do horizonte

Na coletiva  A dobra no horizonte,  Chaves reúne 14 trabalhos de artistas que se inspiram mutuamente, trocam conhecimento e têm como ponto de encontro a praia. Trata-se de uma curadoria afetiva feita por um dos artistas mais queridos do Rio de Janeiro que revela uma pequena dose do estimulante e poético cenário  artístico da cidade entre o final dos anos 1980 e início dos anos 1990. “À época dos primeiros encontros, nós, artistas jovens, compartilhávamos então uma certa distância em relação à retomada da pintura e da figuração, características marcantes da produção artística do início dos anos 1980 no eixo Rio –São Paulo”, explica o artista.” A escolha dos trabalhos provém, sobretudo, da memória afetiva que trago como participante e testemunha deste zeitgeist” aponta o artista ao lembrar que muitos dos trabalhos não estão disponíveis no mundo digital, pois trata-se de uma geração de artistas que produziram por muito tempo no mundo analógico e não estão acostumados desde cedo à superexposição das redes como acontece com a geração mais nova.   

Reunir estes trabalhos“evoca novos sentidos de um horizonte outrora compartilhado que ganham, hoje, novos sentidos. São horizontes estendidos nos quais “o afeto é a dobra da linha, é a dobra que nos une”, conclui o artista. Vai ser bonito.

Andre Costa, na mostra A dobra do horizonte
Andre Costa, na mostra A dobra do horizonte
Fernanda Gomes, na exposição
Fernanda Gomes, na exposição “A dobra do horizonte”

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